Havia algum tempo que eu não chorava assim, por mágoa.
Estava sentada na frente do computador - pra variar - tentando engolir cada palavra que minha amiga me disse - eu a descreveria como a melhor amiga, aquela que não se importa se as coisas ditas vão ou não doer, ela fala o que é bom pra mim.
As lágrimas rolavam do meus olhos, eu não queria acreditar que aquelas palavras eram verdadeiras, mas elas eram e eu sabia daquilo, por mais que não quisesse admitir.
A porta do meu quarto se abriu - a pior hora pra isso ter acontecido.
- Você vai jantar? Disse minha avó - ela é como uma segunda mãe pra mim, uma das pessoas que mais amo.
Cobri meus olhos com a mão, tentei disfarçar a voz esganiçada:
- Já estou indo - minha voz saiu mais como um sussuro.
- Você está chorando? Perguntou num tom de preocupação.
- Ah vó, li um texto aqui na internet, fiquei emocionada - menti.
Ela me fitou por uns segundos sem falar nada
- Não é por isso que você está chorando - não foi uma pergunta, ela sabia.
"Como ela sabe?" perguntei-me.
- É sim vó, é um texto que uma menina conta sobre a morte do pai, como ela ficou e tals - menti de novo.
- Tá bom - ela não parecia convencida, mas não tornou a repetir o assunto - Vem logo jantar.
- Estou indo - quase nem eu ouvi minha voz saindo.
Ela saiu do quarto, eu levantei e tornei a fechar a porta. Me encostei na parede atrás da porta e recomeçei a chorar - patético, era patético chorar por quem não merecia NENHUMA lágrima.
Desliguei o computador, deitei em minha cama - as lágrimas haviam secado, acho que não tinha mais léquidos em meu corpo, percebi isso quando senti sede. Levantei, fui até a cozinha escura, peguei uma garrafa de água e bebi até a metade.
Queria que aquela dor sumisse, o mais rápido possível.
Deitei novamente em minha cama e o cansaço do dia juntamente com o cansaço de ter chorado me fez adormecer - não queria sonhar, apenas durmir.. Sem pensar em nada.
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