domingo, 14 de junho de 2009

Gato

Mais uma manhã gelada. O ar quente já demorava pra encontrar meus pulmões.
Meus olhos já não viam tão bem como antes. A luz branca estava me cegando demais.
Eu sentia algo tocando meus tornozelos, mas eu nao conseguia enxergar para dizer o que era.
Me tocava de um lado pro outro, carinhosamente.
Automaticamente minhas mãos desceram pra tocar a criatura desconhecida — embora eu estivesse com medo do desconhecido, eu sabia que aquilo nunca me mataria.
Um gato. Minhas mãos tocavam no pêlo liso e quente de um gato.

Os gatos, em geral, não são muito carinhosos, mas esse estava a procura de carinho.
Veio na hora certa. Minhas mãos geladas tocavam seu pêlo e iam se escantando com o calor que vinha do corpo dele.
Ele não rejeitava o toque gelado delas, embora eu soubesse que estavam bem geladas.
Nada.. ele ficou lá comigo, cuidando de mim. Como se soubesse que eu precisava daquela ajuda, daquele apoio..

Ele ficou comigo até minha visão começar a melhorar, até meus sonhos voltarem...
É, ele ficou lá.

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