domingo, 31 de maio de 2009

Me pego pensando novamente.
Todas as fotografias colocadas no chão, todas as cartas, todas as lembranças e todos os fatos.
Verdades, mentiras.. o que importa agora?
Meu olhar está faminto por você.
Meu coração não me pertence mais.
As coisas terríveis são apagadas a cada sorriso que eu vejo.

O que é isso?
Bom, eu respondo.. isso é o que chamam de verdade, de sentimento.
O mais forte, aquele incondicional.

A cada dia longe de você..

uma estrela no céu morre, mas a cada dia com a certeza de que eu te amo e você me ama, duas novas nascem
"Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal...
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
Hoje eu preciso te abraçar...
Sentir teu cheiro de roupa limpa...
Para esquecer os meus anseios e dormir em paz
Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua.
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria, em estar vivo"

A diferença de tudo isso, é que eu preciso disso TODOS os dias

sábado, 30 de maio de 2009

Não sei ao certo se devo achar o que acho, mas não quero deixar de achar.
Faz com que eu me sinta mais forte.

Não se esqueça do caminho pra me achar.
Sempre será o mesmo, aquele que você conhece tão bem.

"Eu quero um amor real....."

você já tem o seu.. e eu o meu.
Lembranças apagadas do fim, resgatam lágrimas de mágoas passadas e cortam-me a alma a cada suspiro, de cada momento passado em branco, em cada momento passado à dois...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Permanent

You liked it so much in the city
You know I could not stand it there
You loved to get lost in the people
And pretend that they really cared

You know you're such a bad imposter
Hiding your wings beneath your coat
I watched your footprints making patterns
Away from me into the snow

Now I don't believe in nothing anymore...
Cuz love is permanent *not* temporary
And it's driven straight into our chest
And buried much too deep
To just pull out like *weeds in a garden*
It's permanent
Well I'm sorry

So lately I've been going crazy
Trying to get you off my mind
Cuz thoughts of you hang just like pictures
And gather dust over the time

We hung them up just like real lovers
And drove our nails into the wall
Cuz we thought they'd be there forever
We weren't permanent at all

And it's getting much too hard to see it now...
Cuz love is permanent *not* temporary
And it's driven straight into our chest
And buried much too deep
To just pull out like *weeds in a garden*
It's permanent
Well I'm sorry
Eu simplesmente não aguento mais fingir que está tudo bem. Não, não está tudo bem.
Minha mandíbula trinca todos os dias na luta de segurar as lágrimas, mas ao encontrar o que me fazia bem, desabo.
Não, não está tudo bem.

Fui TRAIDA, enxerguei as verdades, mas, infelizmente eu não consigo ainda tirar esse sentimento de mim.


"Por isso hoje, estou tão triste.. porque querer está tão longe de poder. E quem eu quero está tão longe, longe de mim"

A 'senhora' destino, parte doze.

Esse, meus caros leitores, seria um capítulo que se eu pudesse não escreveria, mas, como os fatos de uma longa caminhada na vida os envolve, não posso deixa-los de lado.

Eu estava radiante, viva. Meu corpo funcionando perfeitamente sem falhas, sem ansiedade alguma. Estava calma e admirava a noite por fora da janela do ônibus — que agora estava praticamente impecável.
Estava esperando pela sensação que eu sentia que estaria próxima, o orgulho, mas, em um piscar de olhos, a cena mudou novamente.
Olhei ao meu redor confusa e percebi que a traição estava lá novamente. Olhei com espanto pra senhora Destino e ela estava encolhida em seu ascento. A esperança continuava serena, mas parecia uma estátua — nenhum músculo de seu corpo se quer se movia. A coragem tremia, mas logo retomou sua postura com suas feições sérias e tensas. A inteligência só observava, e a mudança sabia — outra mudança estava por vir.
Passei meus olhos rapidamente de um rosto para o outro sem entender muito bem o que estava acontecendo. Então perguntei pra traição:
— O que você está fazendo aqui, de novo?
A pequena criança sorriu pra mim, seu riso malígno e apavorante.
— Tive que voltar — falou enquanto se balançava pra frente e pra trás, como uma criança que aprontava alguma coisa.
Olhei, então, para o começo do ônibus e ouvi passos na escada.
Foi tudo tão rápido, que se eu fosse um pouco mais fraca do que era não teria aguentado.
Na minha frente surgiu uma mulher, linda. Meus olhos se arregalaram com tamanha beleza, e eu não conseguia entender porque me sentia tão mal, tão intimada, perante a uma beleza colossal como aquela.
Ela era pequena, mais ou menos do meu tamanho. Seu rosto parecia de um anjo misturado com aquelas atrizes de cinema que a beleza era tanta que chegava até doer. Seus olhos eram tão escuros, que a púpila parecia nem existir. Seu sorriso perfeito, e o cabelo — que batia um pouco abaixo da nuca — era bagunçado, mas perfeitamente caido.
Ela andava até minha localização rapidamente — como se estivesse com uma pressa tremenda de me encontrar.
— Você é podre — ela me disse quando chegou perto o bastante para que eu pudesse ficar sem ar.
Eu até consegui ouvir o rasgo que se fez dentro de mim. Aquela palavra, vinda de uma imagem tão pura e linda — aparentemente — me rasgou.
— Não estou entendendo. Porque está me falando isso? O que eu fiz? — minha voz saia esganiçada. Eu esperava que ela pudesse entender o que falei.
Ela soltou uma gargalhada.
— Não se faça de idiota. Você é NOJENTA. As pessoas tem NOJO de você. — ela ria e soltava palavra após palavra em mim.
Eu conseguia sentir cada uma delas entrando em mim e causando um estrago tremendo.
Meus olhos se enxeram de lágrimas, meu corpo tremeu e eu não sentia mais nada de doce.
Ela falava e falava sem parar. As palavras agora eram apenas zumbidos pra mim, porque aquilo me magoou tanto, me feriu tanto que o meu torpor rapidamente apareceu para que eu não escutasse mais nada do que estava sendo dito.
Quando meus olhos, embassados pelas lágrimas, olharam para cima novamente, uma outra mulher estava do lado da pequena, mas ela não dirigia suas palavras pra mim, e sim para a mulher pequena.
Tentei retomar todos os meus sentidos para que eu pudesse escutar o que elas estavam dizendo.
— Você... Mentira... Nunca foi... Só se for você... Como ousa falar essas coisas para essa menina? — A mulher mais alta falava e eu começava a ouvir tudo perfeitamente.
As duas pararam em silêncio para me fitar, já que eu havia cambaleado pra trás como se fosse desmaiar — mas eu estava bem. Bem pelo menos pra ficar em pé.
— Q-quem são vocês? — perguntei.
A pequena gargalhou, apontou seus dedos finos para mim e falou:
— Eu sou a Mentira.
A maior lançou um olhar de repulsa para a outra e voltou-se para mim:
— Eu sou a Verdade.
Mentira, Verdade, que diabos estava acontecendo.
Todos no ônibus estavam em silêncio, com suas cabeças abaixadas, mas eu não conseguia encontrar a criança Traição.
Olhei pra frente novamente e reparei uma pequena mão segurando as bordas da calça da Mentira. A traição estava lá.
Ao ver meu olhar de incredibilidade a Verdade falou:
— Não se preocupe, todos aqui sabemos que as acusações contra você são MENTIRAS. Você foi traida novamente.
Olhei para a Mentira e a Traição e eles riam juntamente com zombaria. Senti náuseas.
— Como isso pode ter acontecido? Como? Porque? Pra que?
A esperança que estava logo alguns passos de mim pois-se a falar:
— Não se preocupe pequena, você tem sua mente limpa. Mantenha sua postura e logo a justiça será feita.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Destruição

Sonhos destruidos por mentiras. Devastação. Impulsividade. Mentirosa, mentirosa, mentirosa.
Uma noite e tudo mudou. O céu estava sorrindo pra mim, a lua estava feliz, as estrelas brilhando pra mim, em algum lugar bem distantes, retribuindo o brilho de meu sorriso, e em cinco minutos — cinco minutos de pura catástrofe, de puro veneno, de maldade — cinco minutos necessários pra quase cinco meses fossem jogados no lixo, por falta de credibilidade.
Cinco minutos que mudaram minha vida, que me tiraram a venda, e em meus olhos embassados eu pude ver sangue. Lágrimas de sangue, de dor, de sofrimento.. de angústia e de injustiça.
Tudo jogado em mim. Tudo lançado como facas afiadas, me perfurando por inteira, liberando assim todo o líquido brilhante e prateado chamado VERDADE.
A verdade caida bem aos meus pés. Meus olhos quase se viravam de repulsa, meu estomago se debatia dentro de mim de ânsia e meus planos eram riscados com carvão.
Planos miticulosamente feitos, sendo rasgados pelas próprias mãos que me ajudaram a monta-los.
E nesse momento, só algumas coisas se passavam na minha cabeça.
A mais marcante talvez, eram as palavras do homem que me criou — MUITO bem por sinal — "Nós tememos das pessoas, aquilo que nós mesmo fazemos, ou fizemos. Porque esquecemos que cada pessoa nesse mundo, é diferente da outra."
Sim, a verdade dói, porque em alguns momentos eu também pensava assim.. pensava nas minhas atitudes passadas, dos momentos onde eu era realmente PODRE, mas nossa, eu aprendi tanto com os meus vinte anos — na verdade em um ano, exatamente quando eu fiz vinte anos, eu aprendi mais do que eu aprendi a minha vida INTEIRA.
E em três ou quatro dias — não sei ao certo, pois parei de contar — eu aprendi muito mais.
As pessoas conseguem sentar na nossa bondade. Eu confiei tão cegamente em palavras, em sonhos que me deixei ficar cega. A venda caiu. Verdades que doem muito. Mas não doem por ser MINHAS verdades, doem por ser verdades dos outros, mentiras escondidas que sempre vem a tona.
Perante a esse argumento eu caminho em paz. Paz.. eu preciso tanto de paz. As MINHAS verdades cedo ou tarde aparecerão, e quanto esse momento chegar eu vou sorrir pro céu e agradecer. Obrigada Deus.
Errei. Errei e não nego isso, mas meus erros nunca foram contra VOCÊ! Afinal eu não teria feito tudo que fiz, pra conservar esse sentimento, em vão. E as SUAS verdades me rasgaram.
Hoje eu posso sorrir. Cada um colhe o que planta.

[continua]

um dia você irá me procurar..

"..no infinito e verás apenas uma estrela dizendo que fui embora. Pedirás a ela que lhe mostre o caminho, mas será inútil. Apagarei minhas pegadas com a dor. Um dia a saudade ferirá seu peito. Não que ainda tenha sido importante para você, mas porque fui inútil na sua vida. Enquando precisar de alguém nos momentos decisivos da sua vida, apenas encontrará um vazio. Certamente lembrarás de mim, e seus olhos impressivos chorarás lágrimas de sangue. Um dia buscará minha poesia no pôr-do-sol e no despertar da lua, mas encontrarás apenas o silêncio e perguntarás: "onde estás?" Um dia, quando os seus sonhos forem derrubados pela incompreensão, sentirás no peito a flecha do arrependimento por não ter amado. A verdade é que um dia sentirás minha falta. Mas será inútil chorar, pois suas lágrimas não me trarão de volta... Porém, farei delas um rio e navegarei para longe do porto onde estiveres."


Beijoquinhas CORINGA. Afinal, uma vez coringa sempre coringa.
Obrigada Coringa por suas mentiras podres.
Obrigada Coringa por sempre tentar me foder, mas por se esquecer que eu tenho a minha mente protegida, porque eu nunca errei do modo como você joga as coisas.
Obrigada Coringa por sua fixa finalmente ter caido e agora você ter percebido as merdas que você fez.
Obrigada Coringa por me jogar contra todos, e principalmente por não ter conseguido com as pessoas que me conhecem bem demais pra saber que eu não sou assim (:

Beijoquinhas e um monte de flores PODRES pra você, exatamente como você é: PODRE.
E aos que dão créditos às suas palavras, meu lamento.
Obrigada Deus.


ps: o texto é pra você coringuinha (L)
Obrigada Deus, Obrigada Tiagui, Obrigada Bárbara..

Obrigada açai :*

terça-feira, 26 de maio de 2009

Agora é uma questão de HONRA e JUSTIÇA.
Não aturo ser acusada de coisas que eu não fiz, ainda mais porque o que está em jogo é praticamente TUDO que me importa.
Eu vou até o INFERNO se for preciso pra provar a minha verdade.

E em relação aos podres? Cortados.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

É preciso ser forte.

"Sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço"
(Trevisan)

Disponho dessa habilidade de ser sensível, forneço essa vontade de sentir e ser sentido. Desejo conhecer tudo a fundo, ultrapassar superfícies, mergulhar de cabeça sem precisar por isso ver o mundo de cabeça para baixo. Não desejo me perder, não procuro me achar. Sacio o viver, encontro o sentir. Sou sensível, aos meus olhos tudo se torna perceptível. Uso creme hidratante para peles sensíveis, faço a barba e uso todo e qualquer gel pós-barba disponível, pois a pele vai se irritar facilmente. Eu me irrito facilmente, eu me alegro facilmente e por isso eu não sou fácil. Sei falar sem parar um minuto, mas também sei não falar por horas, olhando para o nada, tentanto engolir tudo. Sou moreno, mas o protetor solar é sempre fator 30, bloqueio o que chega à pele sem nunca bloquear o que chega ao coração. Minha boca conhece mais o sabor da manteiga de cacau, do que a sensação da água e menos do que a necessidade do teu beijo. Me diga que o meu dia vai ser bom, porque eu vou acreditar, e ele vai ser. Não me diga que a vida não vai ser boa, porque eu vou sempre te provar o contrário. Frases de poemas me fazem chorar, cenas de filmes me levam às lágrimas, trechos de músicas me devolvem a alegria, pessoas reais me emocionam, e só não choro em comercial de margarina, porque eu dedico os intervalos para desviar os olhos da TV e pensar um mais em você. Nada é um pouco, é sempre um mais. Mais vida, mais alegria, mais tristeza, mais tentativas, mais vitórias. Quem sente mais, vive mais, consegue mais. Eles ouvem palavras, eu ouço sentimentos. Eles dizem frases, eu recito amor. Eles encontram pessoas, eu cavo a felicidade. A fila deles não anda, corre. Eu lamento. Já é chato não chegar a lugar nenhum, imagina nunca chegar e ainda se cansar correndo no caminho? Respiro sensibilidade por cada poro, e o meu sangue é daquele raro tipo que pode doar a todos, mas só pode receber dele mesmo. Há quem veja sensibiliade e quem veja exagero, as coisas nunca mudam. Muda a ortografia, promovem reformas, mas tudo ainda se resume à letra D: quando é com você chama Dor, quando é com o outro chama Drama. Não consigo então negar minha alma, negar minha raça, negar o que eu sinto. E nas constantes vezes em que me irrito ou sorrio, desafio quem acha que por ser sensível sou fraco. Não sou fraco, sou forte. E como é bom saber que é essa força que nos diferencia. Eu suporto ver o mundo como eu vejo, você não suportaria.

"Quando está magoado ele se torna extremamente engraçado e sarcástico, nossa, como ele é engraçado. Mas ele sabe que às vezes não basta. Como agora, agora não basta, não dessa vez..."

Ruleandson do Carmo. (http://www.eusoqueriaumcafe.com/2009/01/sensvel.html)
"A nuvem parece fumaça, tem gente que acha que ela é algodão; algodão as vezes é doce, as vezes é doce não."

Como sempre, me peguei olhando o céu, hipnotizada — creio que eu tenho uma certa paixão pelo céu, talvez por ele ser tão imenso e tão desconhecido.
As nuvens sempre me lembram você, naquela tarde em casa. Encostadas na parede, eu olhava o céu — meus olhos insistiam em derramar lágrimas — e você fitava para fora da janela sem falar nada.
Lembranças. É confuso como parece que eu nunca tive nada antes de você, quero dizer, tudo que eu olho, tudo que eu toco me lembra você.

"A gente parece formiga lá de cima do avião. O céu parece um chão de areia, parece descanso pra minha oração."

Tão pequenos, com capacidade de carregar sentimentos tão grandes. rs.
As nuvens passam rápido no céu, com pressa. O vento as guia, e agora meu único guia é o vento.
Vou caminhar, pra onde o vento me levar. Outro modo fácil de me achar é seguir meu cheiro, será sempre o mesmo. Aquele familiar pra suas narinas. Estarei lá.

domingo, 24 de maio de 2009

Chegou a hora.

O dia passou quase arrastado. Minha mente borbulhando com as informações torturantes. Com a verdade triste que me incomodava tanto, eu tinha que ir.
Eu sabia que isso aconteceria, eu sempre sei das coisas antes delas acontecerem. Dom? Não sei, talvez mais uma maldição.
Eu olhava no relógio e as horas não passavam.
— Qual é? Tem alguém segurando os ponteiros do tempo? — pensei.
Eu contava as horas pra poder falar o que eu queria. Eu sabia o que estava por vir, meu peito congelava ao pensar, mas eu estava pronta — ou pelo menos achava que estava.
Hoje eu vou partir pra longe. Eu vou deixar o vento bater no meu rosto, eu vou respirar fundo, fechar meus olhos e deixar com que a brisa seque minhas ultimas lágrimas — aquelas de dor, de falta.
Vou sorrir, para que o brilho do meu sorriso sirva de guia para você me achar.
Vou esperar que você cuide do meu coração, para que seus batimentos nunca parem — assim sendo, para que eu nunca deixe de sentir esse amor.
Entenda. Meu amor é seu. Unicamente SEU!
Eu estou partindo, mas voce vai me achar se quiser.
E eu estarei como sempre estive.. pronta pra entregar minha vida à você.

"Abra suas asas e me acolha em teus seios. Diga-me que posso descansar em paz. Diga-me que quando a noite passar, o sol vai brilhar na minha janela, e quando eu abri-la verei seu sorriso, esperando para eu voltar."

Amor verdadeiro

"As vezes me acho egoista, por desejar tanto alguém. Por querer tanto que ela seja apenas minha, sendo que o mundo tem tanto a oferece-la."

Muitas pessoas confundem amor verdadeiro com inúmeros adjetivos.
Podem te chamar de otária, podem te chamar de idiota, de feliz, de depressiva, de chata, de "boba apaixonada", de tagarela, entre inúmeros outros adjetivos.
Mas ao meu ver, ao realmente sentir o verdadeiro amor, eu posso descreve-lo com dois adjetivos — claro que poderia escolher outros, mas ao meu ver, AGORA, eu não poderia escolher diferente.
Leal e compreensivo.
Amar está acima de você ser feito de "otário", não existe esse termo no amor.
Porque por mais que as coisas não estejam "certas" você tem que ser compreensivo com a pessoa que você ama, afinal humanos são assim, imperfeitos.
Você tem que ser leal, não importa se a atitude da pessoa que você ama está errada ou certa. Você tem sempre que estar lá.
Você tem que entender até quando as coisas te machucam. Quando cada mínima mentira é colocada na sua frente, mesmo você sabendo que é verdade.
Você tem que engolir muitas coisas, não a seco, mas apenas usando a compreensão.
Você tem que compreender quando a pessoas está triste, e fazer isso se reverter em sorrisos, não importa o quão idiota você se sinta fazendo alguma palhaçada.
Você tem que fazer bico quando é tratado mal, só pra pessoa te olhar, rir, te pedir desculpas e te enxer de beijinhos.
Você tem que estar lá, presente, quando a pessoa está com raiva.. até se for de você. Não importa se o erro foi ou não totalmente seu. Você deve pedir desculpas sinceras. E há quem vá dizer que você está sendo trouxa, porque você não tem culpa e fica se "arrastando".
Não existe esse termo no amor. Arrastar. A não ser que seja pra o que você possa fazer pra pessoa amada, como arrastar montanhas, rs.
Mas nunca "você está se arrastando por tal pessoa". Compreensão, não se arrastar.
Imponha seus limites à você mesmo e não à pessoa amada.
Seja compreensivel e leal. Ame, porque amor verdadeiro não encontramos por ai virando a esquina.


Dedico esse texto para a pessoa que me ensinou, e está me ensinando o que é amor de verdade.
Que me tirou todas as fraquezas e me mostrou o quão poderoso pode ser o sentimento.
Me sinto evoluida, como nunca senti antes.
Obrigada Leslie Serrano. Obrigada por trazer tantas coisas novas pra mim.

Verdades escondidas

Nos olhos cansados de uma menina, é possível enxergar inúmeras cores, inúmeras verdades e mentiras.
Sou jovem, tenho uma certa experiência de vida — bem pouca comparada com muitos por ai — mas vivo aprendendo cada dia que passa.
Se tem algo que eu aprendi com os humanos, é que eles preferem acreditar numa mentira do que ter que acreditar numa verdade.
Talvez o meu "problema" seja não acreditar em nada, ficar imparcial.
Eu sei das coisas, pelo simples fato de ser visível, de ser óbvio — por mais que me neguem.
Acho que a vida é feita de trocar, mas ontem eu pude aprender novas coisas.. e embora minha mente esteja completamente na paz comigo mesmo, completamente orgulhosa de minhas atitudes maduras, e até um pouco antiquadas, eu fujo das verdades escondidas.. e o mais triste de tudo é que quanto mais eu fujo delas, mas elas me acham.

Can you decide?

sábado, 23 de maio de 2009

A luz ainda estava fraca, só conseguia distinguir o azul e o laranja do céu.
Entre as duas cores havia um cinza familiar, perfeitamente colocado, milimetricamente estudado para a harmonia perfeita.
A manhã gelada e silenciosa fazia com que meus olhos tombassem em protesto contra a noite mal dormida. Maldita necessidade de dormir — pensei.
Mas por outro lado, dormir era tudo que eu precisava. Meu corpo estava cansado, meus joelhos doiam e minha cabeça rodava mediante a tanto cansaço.
Cheguei em casa. Tirei meu tennis para não fazer nenhum barulho que chamasse atenção, entrei no meu quarto e ao fazer isso aquele cheiro que eu gosto tanto invadiu minhas narinas — causando-me a mais deliciosa sensação, e a mais nostalgica.
Deitei em minha cama sem pensar, e o sono inundou minha consciencia até que eu dormisse.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Planos.

Contemplante em meus sonhos, os dias passam, um após o outro, com uma tal lerdeza e, as vezes, com uma velocidade abaladora.
A lerdeza posso dizer que vem pela distância de seu toque, do seu sorriso, das preocupações de uma mente que não dorme — preocupações causadas por mágoas em seus sentimentos, afinal não tem nada que me machuque tanto quanto a sua mágoa. Mas isso me fortalece, para que com todas as minhas forças eu espante o mal de você.
A velocidade abaladora se vem quando estou em seus braços. Sentindo seu corpo quente perto do meu, sentindo o doce aroma da sua respiração, que toca a minha pele me causando arrepios. Ouvindo sua voz tão acolhedora.
Minhas palavras soam antiquadas, eu sei. Mas nada me dá mais prazer nessa vida do que o fato de te-la, o fato de querer lutar por nossa vida.
"Nossa vida" é incrível como essas duas palavras tem um efeito tão prazerozo em mim, afinal eu nunca me senti assim. Com tantas certezas.
Planos, esforços, sacrifícios.. como se nada mais importasse, a não ser os planos com você envolvida, com você no meio.
Posso dizer que me sinto radiante. Por tudo que vem acontecendo.
A vontade de querer crescer, pelo meu futuro — que claro, envolve você completamente.
O modo como eu me acostumei com tudo — como minha vida anda, e até com o seu jeito rs. E eu amo isso. Encontrei em inimizades, alianças.
Encontrei tudo que eu sempre procurei.
Agora, a batalha está pronta pra ser começada.
Vitória? Á nós.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Prioridade

Eu podia sentir cada pedacinho do meu corpo congelando. O vento cortante e ártico congelava cada partícula do meu corpo. Grrrrr. Tremi.
Essa sensação que eu sentia se devia ao fato de te ver numa situação tão delicada, tão.. triste.
Talvez seja isso que mais me machuque afinal.. a SUA infelicidade, a SUA dor, a SUA angústia. Me sinto praticamente impotente. Uma criança tentando alcançar um pote de biscoitos no topo do armário, seu biscoito favorito.
Me sinto inutil também, afinal.. eu trocaria de lugar com você se fosse possível.
Mas já que não há nada que eu possa fazer, eu garanto-lhe algumas coisas.
Eu NÃO vou desistir. Nossa, não vou mesmo. Posso lutar contra o frio, contra o calor, contra os céus, contra a terra. Posso lutar contra Deus e contra o Diabo.. mas você sempre será a MINHA prioridade, sempre será minha força.
Talvez você nunca vá entender o quanto a amo, ou do que eu sou capaz por você.
Talvez nem eu mesma entenda, só sei que eu seria capaz de muitas coisas, afinal é por você que eu quero lutar, por mim e por você.. você é como uma dose de adrenalina em meu sistema sanguíneo.
Você corre por minhas veias, fazendo assim com que eu tenha vontade de ser SEMPRE melhor. Sempre em busca de coisas melhores.. não só pra mim, mas pra você também.
Serei TUDO que precisar, tudo que quiser.. serei tudo mesmo.

Não se esqueça disso, porque não importa o que acontecer, eu NÃO vou desistir de você, exatamente como NUNCA desisti. Porque amor assim.. eu sei que não vou encontrar por ai, não tão forte e real como esse.
Eu te amo Leslie Serrano, e NADA, nem NINGUEM vai mudar isso e vai fazer com que eu me sinta fraca demais pra lutar.
Você, minha força. Eu, a sua.

dias sem igual..

Você já sentiu como se nunca tivesse um dia igual ao outro?
Como se cada dia que você passasse com a pessoa que ama se tornasse inexquecível, mesmo sendo um dia completamente normal.
É assim que eu me sinto com você..
Como se cada dia fosse novo, como se cada dia eu abrisse meus olhos e conseguia tremer, ou esquecer de pensar(igual ontem) rs, só pelo simples fato de você estar do meu lado.
Eu, sinceramente, nunca me senti tão pronta pra alguém, como eu estou pra você.
Como meu próprio pai falou ontem, rs.
Agora o que importa.. é você, eu e o NOSSO futuro, que eu vou LUTAR TANTO pra construir.. e quando a recompensa chegar, vamos sentar JUNTAS no chão do NOSSO cantinho e rir de tudo que passamos.. mesmo se tivermos que dormir num colchão no chão, né? rs

Eu te amo MUITO, minha vida.
Obrigada por fazer dos meus dias melhores.
Porque afinal, tudo que tem você, VALE A PENA.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

.four.

Nada do que eu possa escrever vai expressar a minha felicidade.
Obrigada pelo dia de hoje. Pelo video com meus dentes PRETOS.. falando TOPOIS.
Pelo presentinho *-* vou até enjoar de marshmallow :x MENTIIIIIIIIIIIIIIRA!

Obrigada pelos beijos no orelhão, que me fazem surtar e ofegar.
Obrigada por ser MINHA vida.
EU TE AMO MUITO!

Obrigada por ser minha escravanamorada *-*

Vida longa ao nosso amor (L) e eu sei que vamos ter *-*

sábado, 16 de maio de 2009

"Tem briga que aparece pra trazer sorriso"

Nos ultimos dias eu consegui enxergar tantas coisas novas, tantas sensações novas.
Nas horas mais difíceis, nas horas de maior dor nós percebemos tantas coisas.. as vezes doi tanto que fica até dificil perceber, mas nós sempre temos que levantar a cabeça pra tudo.

Talvez o que eu queira dizer é que não importa o que vá acontecer, porque eu estarei sempre aqui. Podem ter quantas tempestades tiverem, podem haver quantas barreiras, quantos problemas, quantas batalhas quiserem.. eu sempre vou estar aqui. SEMPRE.
Eu enfrentarei o mundo por você.. eu enfrentarei Deus e o Diabo se for preciso, mas eu nunca vou desistir da mais linda história da minha vida, do mais profundo sonho.
Por você eu sou capaz de enfrentar tudo que vier, afinal já enfrentamos JUNTAS tantas coisas.. já enfrentamos a distancia entre a gente, o nosso "termino", as divergencias, as inconstancias... já enfrentamos tanta dor.. e tudo o que vier daqui pra frente será apenas mais novas provas, mais novos obstáculos, que JUNTAS conseguiremos destruir.
Eu vou estar com você pra TUDO, minha vida.
E pensando por um lado, o que seria de nossas vidas sem as provas?
Seria sem graça demais.
E eu prometo que tudo vai ficar bem, afinal sempre fica.
Porque você teem à mim, mesmo eu sendo um pedacinho cotoco de gente.. eu posso enxer seu coração com o mais puro e doce gostinho de felicidade.

Enquanto eu existir do seu lado eu vou espantar todos os seus medos, todos os seus temores.. eu serei SEMPRE sua força, exatamente como você é sempre a minha.
E não se esqueça NUNCA.. eu amo você, e esse é o amor mais verdadeiro e sincero que eu já senti. NUNCA, mas nunca mesmo se esqueça disso.

"Estou com você, em todos os seus passos"

EU TE AMO MINHA VIDA. TE AMO INCONDICIONAL E IRREVOGAVELMENTE. Por toda minha existência.
Eu vou estar com você pra qualquer coisa, seja pra você chorar, pra você rir, pra você xingar.. pra qualquer mínima coisa que você precisar eu vou estar aqui.
Como amiga, como namorada, como amante.. como o amor da sua vida.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A 'senhora' destino, parte onze.

Meus olhos ainda estavam pesados, mas eu tinha dormido tão bem que mal estava ligando pra preguiça, afinal ela não estava aqui mesmo.
Esfreguei meus olhos, me espreguiçei e olhei ao meu redor: noite ainda.
— Nossa, ainda não amanheceu? — perguntei confusa.
— Não, ainda não. Não sabemos quando vai amanhecer por aqui. — respondeu a senhora destino.
Não estava preocupada com isso. Eu estava me sentindo eu, mais do que antes até. Eu me sentia bem, com esperança mesmo.
Talvez, o que eu tenha tirado dos meus sonhos — os que eu tive essa noite — era que não importa o quanto eu tentasse, ou quisesse, eu não ia conseguir tirar a parte boa daquele sentimento de mim, e eu nem queria isso, afinal agora a esperança estava do meu lado. Sorrindo pra mim, como meu anjo da guarda. Eu estava protegida, mas eu sabia o que queria. E era isso e nada mais.
Eu conseguia sentir calor, mesmo sem sol. Eu conseguia sentir a sensação do sol batendo no meu corpo, mesmo estando de noite.
Eu me sentia tão viva, conseguia respirar e enxer meus pulmões com o mais doce aroma da esperança, com o mais doce aroma da vida, do sorriso. Eu conseguia sentir aquele cheiro familiar de uma tarde de domingo num parque.
Eu conseguia sentir tudo. Até o arrepio quando um vento gelado passava por mim sem mais nem menos.
Nenhuma nova sensação havia chegado até então. E eu esperava agora apenas por sensações boas.
Pelo ORGULHO! E eu sabia... Ele estava próximo.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A 'senhora' destino, parte dez.

Eu me sentia completamente viva. Inteira. Feliz. Sorridente. Eu sorria pro mundo, e o mundo sorria pra mim. Talvez eu não precisasse de mais nada do meu lado além da esperança. Ela me fazia tão bem, era como um anjo da guarda.
— Dorme trequinho, dorme. — ela me disse.
Meus olhos realmente estavam cansados, eu não conseguia dormir bem à tempos. Minhas noites eram tão terriveis, tão pertubadas que eu preferia me manter acordada. Agora não. Agora eu sabia que poderia dormir em paz, em sossego.
— Pode dormir trequinho. Eu não vou sair do seu lado. Ah, eu não vou. — disse a esperança.
Me deitei confortávelmente no banco, que agora estava completamente limpo e quente, fechei meus olhos, e dormi.
Apenas esperando por uma noite suave e calma de sono. Uma noite com sonhos bons, com esperança pro próximo dia.
— Boa noite trequinho. — ela falou, enquanto me protegia com suas asas invisíveis.
Meu anjo. — eu pensei antes de pegar no sono, quase que imediatamente.

A 'senhora' destino, parte nove.

Dedico essa capítulo, à pessoa mais incrível que eu já tive o prazer de conhecer. À mulher, à amiga, à aquela que não importa o quão ruim o tempo esteja, ela vai estar sorrindo pra você e esperando um abraço seu. Dedico essa capítulo à você Sheila Alves.

"Não vou sentir medo, não vou sentir medo" — as palavras, repetidamente, em minha cabeça faziam com que a sensação de medo fosse embora.
Estranhamente me senti calma, inteira, não curada, mas perfeita.
Olhei ao meu redor e somente a coragem, a mudança, a inteligência e o destino estavam lá.
— Para onde foram os outros? — perguntei.
A senhora olhou pra mim sorrindo e disse: — Eles não precisavam mais ficar aqui, não há mais desespero, nem decepção, nem traição e nem sofrimento aqui. Eles partiram.
Fiquei completamente incrédula. Como assim? — pensei.
— Olhe! — a mudança apontou para a frente do ônibus, onde tudo que antes era imundo e nojento estava agora limpo e confortável.
Olhei para onde apontava a mudança e meus olhos se arregalavam. Ela era linda.
Usava um vestido longo, que parecia voar mesmo sem vento. Seus cabelos batiam um pouco abaixo do ombro, e tinham um tom castanho meio ruivo. Sua boca era pequena, mas escondia dentes lindos e um sorriso perfeito. Seus olhos de uma cor que eu não conseguia definir, mas eram olhos intensos, que demonstravam felicidade.
Eu sabia quem ela era, era a esperança.
Ela foi se aproximando de mim, com o sorriso entre os lábios pequenos, com os braços abertos vindo em minha direção. Eu queria abraça-la bem forte, e foi isso que fiz.
Ela se aproximou de mim, mandando pra longe toda sujeira do ambiente, todo o desconforto. As feridas em mim, não curadas, mas começavam a se cicatrizar, como mágica.
— Que bom que você chegou. — eu disse para ela.
— Eu sempre estive aqui, você só não conseguia me enxergar. — ela me respondeu.
— Eu estava tão rodiada de tantas sensações que não conseguia enxergar nada mais além da dor. — disse triste.
— O problema não era a dor pequena, o problema é que você estava pensando apenas nas coisas ruins e se esquecendo dos momentos bons. Dos momentos onde você era você.
Você deve manter os momentos bons, as pessoas boas como fotografias em você, para quando estiver na escuridão, ou rodiada de sensações ruins — como você estava — você sempre ter algo para sorrir, para lembrar e criar coragem e forças. — disse a esperança
Fiquei apenas em silêncio, ouvindo tudo que ela tinha pra falar.
Retomou: — As vezes, pequena, nós ficamos tão desesperados, tão decepcionados, que acabamos nos tornando algo que não somos. E então nosso mundo cai, nossa vida perde o rumo, ela para. E então, tudo que tinhamos de bom se afasta de nós, como se fossemos repelentes, e quanto mais próximo você tenta chegar, mais você afasta, simplesmente porque não é você, e sim outra pessoa, outra coisa. E então, quando você se dá conta, quando você percebe isso, quando você começa a enxergar as coisas boas que ficaram, você começa a voltar a ser você. Você começa a voltar a ser você, Camila. E somente assim você conseguirá trazer as coisas de volta, de onde elas nunca deveriam ter saido, mas sairam graças a você, ou ao que você tinha se tornado.
Eu estava completamente incrédula com as palavras. Eu realmente me sentia assim, não era eu. E agora eu finalmente podia me sentir, eu podia olhar no reflexo do vidro e me ver. Ver a Camila. Aquela que sorri, aquela que traz alegria e paz, e não aquela que afasta tudo e todos, aquela que trás mágoas e discórdia.
— Eu voltei. — disse com uma expressão de abismada.
— Eu voltei a ser EU. — lágrimas de felicidade rompiam de meu rosto, juntamente com sorrisos sinceros.
A senhora destino sorria. A coragem endireitava sua coluna, colocava suas mãos apoiadas em sua cintura e sorria com o canto da boca. A inteligencia se sentava em uma das cadeiras agora limpas e fazia um gesto de aceitação com a cabeça. A mudança quase chorou de alegria. E a esperança me abraçava fortemente.
— Obrigada. Obrigada mesmo. — eu disse.
— Você não precisa me agradecer, você precisa continuar assim. Você precisa ser a Camila que todos gostam. — ela disse enquanto me abraçava.
— Eu sei. Obrigada. — conclui.
Ela me soltou, então olhei para fora da janela pela primeira vez nessa viagem, e sorri pra noite escura e estrelada.
Eu estava viva. Eu era EU.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Os momentos bons.

Devemos guardar em nossas mentes, em nossos corações sempre os momentos bons.
Aqueles que iluminam nossos dias. Que são lembrados como fotografias, com cores, e com todos os detalhes.
Eu me lembro como se fosse ontem, a primeira vez que eu te olhei de perto.
Você caminhando até mim com o sorriso na boca, e me dando um abraço tímido e um sorriso envergonhado. Tenho marcado isso dentro de mim como uma tatuagem.
Me lembro do som da sua risada, como uma melodia que ficou marcada em minha mente, como aquelas músicas que nós decoramos em um poucas horas.
Talvez a imagem que eu tenho mais fixa de você em mim, seja aquela do seu olhar. Aquele olhar que me tira o ar dos pulmões, aquela olhar que faz meu corpo inteiro estremecer, aquele olhar que faz meu coração acelerar e parar, como o tempo.
Tenho marcado em minha mente fotografias de você me dando florzinhas, aquelas que você tirava das árvores. Tenho marcado em minha mente você descabelada e suada depois de horas de cansaço.
Tenho marcado na minha mente o som dos seus passos, o som da sua voz, que me acalma tanto. Tenho marcado em mim o toque do seu coração, que eu conseguia sentir quando você me abraçava.
Lembro da cena de eu te pedindo em namoro, e você toda sem graça. Aquilo sim eu tenho como fotografia em mim.
Mas o que mais me marcou, foi sua cara de felicidade, e de raiva, e de vergonha — tudo junto — quando eu invadi sua sala no seu aniversário.
E depois você descendo com o Caki nos braços, falando com aquela vozinha que nunca vai sair dos meu tímpanos. Toda feliz, com o sorriso mais belo e completo que eu já vi na vida. Com o sorriso mais feliz e sincero que eu já tive o prazer de ver em alguém, não por ser você, mas por ter dado pra sentir a felicidade, e por poder ter registrado isso na minha mente para sempre.
Lembro até das lágrimas, daquelas de dor por partir, e depois o sorriso por não querer desistir.

Quero me lembrar sempre disso, todos os dias, para quando a escuridão tomar conta de mim, SE isso acontecer, eu tiver na minha mente os momentos mais felizes e bonitos da minha vida, para me lembrar dos detalhes, me lembrar de como era, que cheiro tinha, como era a sensação.
Tudo isso não como fotografias, mas como tatuagens.
Que ficarão marcadas pra sempre em mim.
E quando a hora realmente chegar, eu poder coloca-las no album, pra rirmos juntas e felizes.

A 'senhora' destino, parte oito.

Minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Mais alguma informação e eu teria um surto sem fim. Até quando eu teria que aguentar isso? Todas essas coisas jorrando sem parar pra dentro de mim, como fagulhas, ou estilhaços.
A senhora se aproximou de mim e disse:
— Cada um recebe o fardo que consegue aguentar.
Olhei pra ela com meus olhos entristecidos, inxados e vermelhos de tanto chorar, de tanto gritar por socorro.
— E se eu não conseguir carregar mais nada? — perguntei.
— Então, algo de suas costas vai cair, para que outra coisa nova seja carregada. — disse a inteligência. — Sempre terá substituições, nunca ficará pesado demais.
Eu conseguia sentir aquela mesma sensação horrível dentro de mim, aquele buraco sulgando tudo que me restava. Abaixei minha cabeça e segundos depois a levantei séria.
— Olhem pra mim, olhem o estado que eu estou. É vergonhoso estar assim, me dá nojo de mim mesma. Como EU pude deixar que isso acontecesse comigo? Eu sempre uma pessoa tão sorridente, tão boa, e agora me encontro desse buraco fedorento e sujo.
Todos me encararam quietos.
De repente, um barulho no teto do ônibus. Meus olhos correram pelo teto imundo de um lado para o outro e, sem mais nem menos, algo estava rasgando o teto com as mãos fortes e pesadas.
Ele pulou bem na minha frente. Forte, bonito e com um sorriso muito branco nos lábios.
Olhei novamente para o teto e ele estava intacto. Será que eu já estava começando a criar alucinações? Olhei incrédula para a nova figura que estava parada na minha frente e, antes que eu perguntasse, ele se apresentou:
— Sou a coragem. — disse sorrindo com os dentes mais perfeitos e brancos que eu já vi na vida.
Fiquei completamente em choque, como se não pudesse acreditar naquilo. Esfreguei meus olhos para ver se a dor constante não estava me gerando alucinações. Era verdade, era a coragem.
— C-como? — perguntei.
— Simplesmente fui trazido até aqui, parece que recuperastes sua coragem de continuar. Era isso que te faltava. Coragem. — ele disse com sua cara de galã de cinema.
— Não me sinto corajosa. Continuo com as mesmas dores, com a mesma sensação horrível dentro de mim. — falei sem ânimo algum.
— Coragem não tira as dores, ela te dá impulso e força para você tira-las de você. Você pode agora provar para si mesma, e para todos que você consegue. — ele disse com orgulho.
— Não sei se eu consigo isso. Bom, na verdade eu sei. Eu consigo, mas vou precisar de você do meu lado, pode ser? — perguntei.
— Eu não vou a lugar algum, até porque não tem como, eu já estou aqui. Uma vez que eu apareci é difícil eu partir, a não ser que "ele" venha. — sua voz tremeu ao falar "ele".
— Quem é "ele"? — perguntei assustada.
— O medo. — sua voz saiu como um sussurro.
Estremeci de cima à baixo. Foi talvez o pior pavor que eu já senti.
— Não! Não sinta-o, ou ele aparecerá. — ele quase gritou pra mim.
Me concentrei em tudo que já havia acontecido até aqui e me calei, me encolhi.
Eu não poderia deixar o medo tomar conta de mim. Pelo jeito seria a pior de todas as sensações.
"Eu não vou sentir medo, eu não vou sentir medo, eu não vou sentir medo.." — continuei a repetir isso na minha cabeça, várias e várias vezes.

A 'senhora' destino, parte sete.

Você já esteve rodiada de pessoas e ao mesmo tempo se sentiu a pessoa mais sozinha do mundo? Mais sozinha ainda, do que se você realmente estivesse sozinha? Eu me sentia assim. Meu corpo tomado por dores latejantes, eu rodiada de sensações, mas me sentindo completamente sozinha, como se ninguém nunca fosse aparecer para me tirar daquela angústia.
Eu tinha certeza que algo estava por vir, eu conseguia sentir, era algo muito superior do que todas que senti antes, era algo forte.
— Olá minha cara. — disse uma voz grossa e séria, mas ao mesmo tempo calma.
— Quem é você? — na verdade eu não aguentava mais essas sensações aparecendo toda hora, mas essa não me fez sentir dor alguma.
— Sou a inteligência. — respondeu arrumando seu óculos dourado, e ajeitando seu chápeu preto.
Na mesma hora eu pensei "O que a inteligência está fazendo aqui?", era uma coisa muito sem nexo para mim. Uma hora sensações horríveis apareciam e, sem mais nem menos, a inteligência.
— Eu sei, você deve estar pensando o que eu estou fazendo aqui. Talvez você deveria se perguntar porque eu estou aqui. — disse a inteligência.
— Porque você está aqui? — perguntei.
— Porque apesar de tudo que você está sentindo, você é uma menina muito inteligente, e talvez isso te atrapalhe algumas vezes. Por você saber demais, você acaba tropeçando em seus pensamentos, caindo em suas perguntas sem fim. — ele disse.
— É, pensando por esse lado.. — ele me cortou.
— Sim, pensando. Você pensa muito as vezes, e outras vezes você não pensa nada. Talvez esteja na hora de você começar a pensar em que hora você DEVE pensar. — seu olhar era sério, e sua voz saia como um sermão, uma bronca.
— Olha, se você está aqui para terminar de me derrubar eu prefiro que vá embora. — disse secamente.
Ele riu. — Não estou aqui pra te derrubar, estou aqui para tentar abrir sua mente, podendo assim, abrir seus olhos.
— Pense assim, você está nesse local — sua vida — ela está seguindo seu rumo, que você nem faz idéia de qual vai ser. Adianta você ficar pensando no que vai acontecer? Ou é melhor você esperar o seu rumo com sua mente vazia? — ele concluiu.
— Como eu posso manter minha mente vazia com toda essa dor dentro de mim? Vendo todos os meus sonhos cairem, todos os meus pedaços bons desmoronando? — perguntei friamente.
— Você pode pensar em colocar seus pedaços no lugar, você pode parar de focar a sua dor e focar outras coisas. Você pode parar de falar que acredita em sonhos, e começar a realmente acreditar.
Fiquei em silêncio, aquilo que ele falou tinha sido como uma marretada nas pernas.
— Use sua cabeça. Você é inteligente o suficiente para não deixar-se cair. — disse ele.
— Se eu sou tão inteligente assim, como fui deixar que eu me encontrasse nesse estado? — perguntei.
— Entenda uma coisa. A vida não é fácil como todos pensam. Sempre todo mundo vai se encontrar em momentos de decadência, mas vai de cada um se levantar.
Pensando de novo. Era isso que eu estava fazendo. Pensando.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A 'senhora' destino, parte seis.

Consegui me recompor, levantei-me com os joelhos cambaleando, mas me mantive em pé.
De repente, metade do ônibus — onde todas as sensações se encontravam, e até um pouco mais — ficaram impecáveis. As manchas tenebrosas sumiram, a sujeira foi varrida pra longe. Fiquei incrédula com o que via. Uma mulher com um vestido longo e azul, que chegava a arrastar pelo chão. Cabelos loiros compridos e uma feição angelical. Talvez essa fosse a mulher mais bonita que eu já vi na minha vida. Fiquei hipnotizada com sua beleza exótica.
"Quem és?" Perguntei chocada.
"Sou a mudança." Sua voz era delicada e suave, mais pareciam sinos tocando.
No primeiro momento me senti confusa, me perguntando porque agora dessa sensação, mas depois foi como se tudo se encaixasse, como se todas as sensações formassem um todo. Eu teria que mudar.
"Eu preciso mudar, né?" Perguntei.
"Não, você já está mudando sem nem perceber, por isso estou aqui. Se não estivesse mudando eu estaria bem longe." Ela respondeu.
"Eu não sei bem, pra O QUE eu tenho que mudar." Falei com a cabeça baixa.
"Claro que você sabe" Ela falou. "Você tem que mudar pra melhor, pra VOCÊ ser melhor, não pra ser melhor pros outros." Concluiu.
"E se eu mudar e de nada me adiantar?" Perguntei.
"Então você vai ver que você é capaz de mudar, que você pode fazer o que quiser, seja por amor, ou qualquer outra coisa." Ela me respondeu.
"Entendo, mas acho complicado demais mesmo assim." Disse por fim.
"Tudo na vida é complicado, acho que a vida seria fácil demais e chata demais se fosse o contrario do que é. Tudo requer luta, requer sacrifícios. Tudo na vida é assim, uma mudança constante. Eu sempre estou por ai viajando, vagando por milhares de lugares diferentes. Todo mundo tem que mudar." Ela completou.
Não consegui falar mais nada. Me foquei na dor que estava amenizada, ou eu não sabia se era porque eu já estava acostumada.
Eu conseguia sentir a mudança, não só em mim, mas no ambiente, eu sabia que mais alguma coisa estava por vir, mas alguma sensação iria aparecer, e ela parecia boa. Uma sensação gostosa.

[...]

A 'senhora' destino, parte cinco.

A dor parecia se alastrar por meu corpo inteiro. Fui escorregando da cadeira, como se alguém à tivesse inclinado para baixo, me forçando a tocar os joelhos no chão gelado e sujo, depois uma de minhas mãos tocava o chão, enquanto a outra tentava segurar a dor que saia do meu peito — mais parecia como se algo quisesse sair de dentro de mim.
Parecia que tudo estava girando, eu sentia como se fosse desmaiar, mas eu sabia que era ilusão, que não me dariam esse gostinho gostoso.
Tentei me focar nas figuras estranhas que estavam do meu lado, um sentimento pior que o outro, uma sensação pior que a outra. E tudo girava, e girava. Lembranças máscaradas passavam em minha mente e eu podia sentir a dor se intensificando.
A senhora se pois do meu lado e falou: "Você tem que ser forte querida, ou o sofrimento pode te levar para o fundo."
Ao falar isso minha cabeça automaticamente virou para o lado, e então pude enxergar, era ele, o sofrimento.
Ele me olhou diferente do modo que todos me olharam, ele não sorriu pra mim, não parecia estar feliz por me ver do jeito que eu estava. Ele estava sofrendo por isso.
Sua pêle era escura, seu cabelo bem curto, quase careca, usava uma roupa vermelha como o sangue. Tinha um óculos de meia lua apoiado somente no nariz grande e curvado.
Abaixou perto de mim e, com lágrimas nos olhos, me falou: "Eu sei o que está sentindo agora, sei como dá a sensação de estar rasgada, a sensação de perder tudo de dentro de você, sei como é apavorante, sei como é terrivel."
Lágrimas rompiam dos meus olhos a cada palavra dita, que fazia com que a dor ficasse mais aguda do que antes.
"Eu não aguento mais isso, eu não aguento mais essa dor, eu não aguento mais nada do que está ao meu redor. Essa sensações, essas dores." Disse entre soluços.
O desespero, a traição, a decepção, o destino e o sofrimento se sentaram. Ao tocar nas cadeiras imundas elas se limparam, o que dava ao ônibus uma aparencia mais ajeitada, mais confortável.
Talvez eu já estivesse me acostumando com a dor, ela era tão forte e tão intensa que era como se ela sempre já estivesse dentro de mim, fazendo com que eu me acostumasse agora, enfim.

[...]

domingo, 3 de maio de 2009

A 'Senhora' destino, parte quatro.

Sem mais nem menos me senti atingida, fui impulsionada para baixo, meu corpo encostou inteiramente no chão. Um empurrão? Não, doia muito mais do que um empurrão, alguma coisa fincou em minhas costas, me fazendo gritar de dor.
Quando consegui recuperar meu fôlego olhei para trás e me deparei com uma figura estranha, uma criança.
Seu olhar inocente me fazia desacreditar no que eu via. Um rosto angelical, um cabelo bem arrumado, uma roupa limpa. Era um menino bem vestido, mais parecia um anjo, mas em suas mãos um punhal — o que provavelmente me atingiu em cheio nas costas.
Coloquei minhas mãos aonde estava ardendo intensamente como o fogo e minhas mãos se encheram de sangue, quente e vívido — pelo menos eu ainda me sentia viva.
Olhei para aquele rostinho angelical e as palavras sairam de minha boca como um sussurro: "C-como?"
"Eu sou a traição" Disse o pequeno menino.
"M-mas como? Porquê?" Perguntei incrédula.
"Porque vocês, humanos, acreditam com tanta convicção em algo, ou alguém e esquecem de olhar para a verdadeira face. Ficam cegos com mentiras, cegos com palavras. E então, quando vocês menos esperam você é apunhalado pelas costas, o sangue cobre seus olhos e você mal consegue acreditar. Jura que é mentira, mas a verdade está bem na sua frente, escondida atrás daquele rostinho confiável." Ao terminar de falar a traição colocou suas pequenas mãos em seu rostinho angelical e puxou pra fora uma máscara. Meu corpo pulou automaticamente, em assombro.
A verdadeira face daquele pequeno menino era horrenda, seus olhos vermelhos e bem redondos me fitavam fixamente. Seus dentes afiados apareciam entre um sorriso maléfico, e eu me apavorava.
"P-porque fez isso comigo?" Perguntei.
"Para que talvez assim você passe a enchergar as coisas de um jeito diferente, com a real verdade das coisas e não com ilusões criadas por conforto." Ele me respondeu.
A dor já não era tão intensa como antes, mas ainda ardia muito. Coloquei meus joelhos no chão e com as mãos fiz força para poder me levantar. Cambaleei para o lado e a senhora me ajudou a me firmar.
"Calma querida, toda ferida se cura com o tempo, não importa o quão funda ela seja." A senhora me disse.
"Quanto tempo mais eu vou ter que aguentar um sentimento pior que o outro surgindo, um após o outro?" Perguntei enquanto lágrimas rompiam de meus olhos.
O desespero, a traição, a decepção e o destino se colocaram um do lado do outro e responderam em coro: "A sua vida inteira."
A senhora disse: "Você vai passar por muitas provas na sua vida inteira, você vai passar por sensações horríveis, mas vai passar por boas também, e as boas sempre ficaram mais marcadas do que as ruins, como tatuagens."
A ferida em minhas costas não parava de jorrar sangue, mas me mantive forte e me sentei no meu lugar do ônibus.
"Eu não sei mais o que fazer, eu não sei mais como agir, eu realmente não sei de mais nada." Disse com as mãos no rosto, o manchando de sangue.
A senhora sentou-se em seu lugar, ao meu lado, e me disse:
"Siga seu coração. O amor é como o rei dos sentimentos e das sensações, ele domina qualquer coisa — boa ou ruim."
Encostei minha cabeça em meus joelhos, fechei meus olhos e me foquei apenas na dor em minhas costas.

[....]

A 'senhora' destino, parte três.

Embora sua feição maléfica tenha desaparecido do seu rosto, a dor não passava. Continuava rasgando cada mínima célula do meu corpo, cada mínimo ponto de esperança e felicidade.
Por um momento me senti um estrela solitária, no meio de uma imensidão azul e escura, e sem ninguém por perto.
A senhora levantou de seu banco, andou até à mim e colocou sua mão enrrugada em meu ombro: "Não chores querida, as vezes a decepção vem pra nos curar e não para nos causar transtorno."
"E-eu n-não se-ei se quero ser curada." Disse com vergonha de mim mesma.
"Eis meu ponto pequena criatura, quanto mais perto eu ficar de você, mais coragem você terá para tudo, ou mais covarde se tornará, mas isso depende apenas de você." Disse a decepção.
"E-ee se eu tiver medo de perder as esperanças?" Perguntei.
"Não sei se não reparou querida, mas a esperança não está aqui com você agora." Disse a senhora.
Olhei ao meu redor e era verdade, não tinha ninguém lá, além do destino e da decepção. Os bancos continuavam sujos e vazios.
Assim, quando comecei a respirar ofegantemente, uma nova figura apareceu bem ao meu lado: O desespero.
Era uma mulher alta e estupidamente magra, seus ossos do rosto eram visiveis debaixo da pêle cor de leite. Seus cabelos escuros e despentiados caiam sobre seu rosto. Os olhos escuros eram apavorantes e os dentes meio afiados me causava frio na espinha.
"O-o-o-lááá, sou o desespero" Disse euforicamente para mim.
Notava-se que era uma mulher muito agitada, completamente.... Desesperada.
Não tive coragem de responder: "Será que eu vou ficar parecida com ela?" Fiz essa pergunta mentalmente.
"Sinto a agonia vindo de você, sinto seu desespero, seu medo, porque temes tanto?" Perguntou ela.
"Talvez eu tenha medo de deixar o amor morrer." Respondi friamente.
"Que-querida, o amor só morre quando o tempo acaba, e pelo que posso ver o ônibus não está mais parado." Disse ela.
Era verdade, o ônibus não estava mais parado, talvez eu nem tenha percebido quando ele começou a andar. Só sabia que a dor rasgante ainda estava dentro de mim, e agora, juntamente com o desespero, chegava a me causar um leve mal estar.
"Eu não sei se acredito nisso." Respondi.
"Não precisa acreditar, a nossa Senhora vai mostrar-te quando for a hora." Disse ela sorrindo com seus dentes meio afiados.


[.....]

A "senhora" destino, parte dois.

Abri meus olhos quando me dei conta de que estavamos parados.
"O que está acontecendo?" Perguntei pra senhora destino.
"Hmm, parece que alguma coisa está acontecendo." Ela respondeu preocupada.
A sensação de rasgo em meu peito foi berrante. Sem nem perceber eu estava de joelhos no chão tentando sufocar a dor que me rasgava por dentro, que cortava a minha alma em milhares de pedaços novamente.
Em minha cabeça, milhares de vozes gritavam palavras de discórdia e ódio, mágoa e dor.
A dor começava a me sufocar a ponto de eu ter que gritar.
A senhora estava encolhida no canto do banco e a dor me matava aos poucos.
Com muito esforço levantei minha cabeça e procurei ao meu redor o motivo de toda essa dor.
Ele estava parado bem na minha frente, seus olhos fundos por provavelmente pouco dormir, seus cabelos sujos e lisos, um sorriso amarelo entre os dentes, e uma cara de maldade em pessoa.
"Quem é você?" Perguntei desesperada.
"Sou a decepção." Respondeu rindo da minha dor. "Posso causar-te as piores das dores, a dor que engole o seu ser, a dor que sufoca suas palavras, a dor que aperta seu coração como se fosse uma maça velha e podre. Posso causar-te mágoa, posso causar-te ódio. Sou talvez o pior sentimento que exista."
Abaixei minha cabeça tentando repelir a voz fina que ecoava por dentro do ônibus.
"Eu consigo sentir minha alma rasgar ao meio, e depois ao meio e assim por diante. Eu consigo sentir todas as mentiras reviradas dentro de mim virarem lâminas e me cortarem. Eu consigo sentir o pior sentimento do mundo, a pior sensação... E dói." Falei com uma voz esganiçada.
"Sim, sei que se sentes assim. Eu, a decepção, posso causar tudo isso, e até pior." Disse rindo.
"Porque está fazendo isso comigo?" Perguntei chorando.
"Para que consiga chegar inteira até o seu rumo. Para que consiga absorver cada sensação, cada lágrima caida e transformar isso em ensinamentos." Respondeu sorrindo. Sua cara de mal sumiu, sendo substituida por uma mais calma e serena.


[....]

sábado, 2 de maio de 2009

A 'senhora' destino

A decadência de dias calmos surge diante de meus olhos.
Pessoas correndo de um lado pro outro, num desespero que eu posso chamar de carma.
Talvez a cura para suas doenças seja o próprio vírus, talvez a morte seja a cura, ou talvez, nunca existirá uma cura.
As horas passam devagar nessa cidade caótica, estou esperando o ônibus para um lugar onde eu nem sabia que existia.
A demora me deixa ansiosa, afinal mal eu sei pra onde estou indo.
O ônibus chega. Subo as escadas lentamente, degrau após degrau.
Lugar imundo, as cadeiras mal cuidadas, o chão com manchas que lembram coisas desagradáveis e as paredes em tons escuros assombrosos. Devastação.
Encontro no segundo andar do ônibus um lugar limpo, e uma senhora sentada no banco ao lado.
Ao sentar-me ela sorri pra mim e fala: ""Que bom que chegastes."
Involuntariamente retorno seu sorriso e respondo: "Me sinto bem de ter chegado até aqui."
Ela sorri pra mim, suas marcas de velhice bem nítidas em seu rosto enrrugado e flácido.
"Você sabe quem sou?" ela me pergunta com o sorriso entre seus poucos dentes que lhe restaram com o passar do tempo.
"Não sei ao certo, mas é como se eu já te conhecesse." Respondi sem nem ao menos pensar.
"Eu sou quem você chama de destino." Sua feição tão serena me passava uma "calmaria" que somente eu sabia o que significava. Fiquei calada.
"Posso sentir em você, nos seus olhos, eles falam muito." Ela quebrou meu silêncio.
"Talvez meus olhos tem falado mais do que eu ultimamente." Respondi.
Ela sorriu com sua boca torta e enrrugada.
"Você não precisa fazer mais nada. Mantenha o sorriso em seu rosto, deixe seu olhar falar, e deixe que o mundo te leve."
"Como?" Respondi um pouco impaciente. "Eu tenho tentado, sabe?" Conclui.
"Eu sei minha querida, eu sei de tudo que se passa ao seu redor. As marcas em meu rosto não são a toa." Ela mantia o sorriso na boca e eu ficava mais uma vez sem saber o que falar.
"Me deixe te levar pro caminho certo, você sabe, não tem nada que você possa fazer agora. Você já está no lugar certo, agora o que você tem que fazer é esperar que chegue ao seu rumo." Da seriedade à outro sorriso.
"Eu só tenho que ficar aqui pra isso acontecer?" Perguntei.
"Sim, só tem que ficar aqui e eu prometo-te que chegarás aonde deve chegar. A viagem pode não ser calma, pode acontecer acidentes, pode ter turbulências, pode até chegar uma hora que você duvidará que conseguirá se levantar, mas você chegará ao seu devido rumo." Finalizou com uma batidinha em meu ombro.
Seu toque me arrepiou por inteira, mas não como algo ruim, como algo bom, como algo que enchia meu corpo com uma felicidade estranha, como uma... Esperança.
Não pude não sorrir em volta. Minha boca se esticou e um sorriso torto e sem graça apareceu entre meus lábios.
"Você acha que pode demorar?" Perguntei impaciente.
"Nem eu sei isso, minha querida. Olhe pra mim, sabe quanto tempo eu venho acompanhando as pessoas?" Sorri um pouco envergonhada por minha pergunta.
"Não se preocupe, fique aqui próxima de mim e chegarás inteira, talvez não curada, mas inteira." Sorriu despreocupada.
Passou seu braço velho e pelancudo por meu ombro e disse: "Deixa o tempo te mostrar o verdadeiro significado da palavra 'amar'."
Ao mesmo tempo que senti uma vontade incontrolável de rir, meu corpo tremeu com um tal pavor.
Ela deu uma risadinha, daquelas que me lembram a da minha vó e completou: "Não adianta você querer correr contra o tempo, você não tem tempo à perder pra isso, você tem que deixar sua vida te levar, sempre agindo com cautela e sorrindo, por pior que esteja a tempestade. Se recuse as vezes, pare de esperar a cura pro mal. No final o bem sempre vence, não é?"
"Eu nem sei o que dizer" Abaixei a cabeça.
"Você não precisa falar nada, eu consigo ver a resposta nos seus olhos."
"Obrigada." Minha cabeça abaixava demonstrava a minha vergonha.
"Porque estás com vergonha?" Ela perguntou levantando meu rosto.
"Por querer lutar contra você, contra o tempo." Respondi séria.
"Todos tentam querida, todos tentam, mas ninguém consegue lutar contra algo que já está predestinado. Não precisa ficar com vergonha. Eu acho que você já enchergou, por mais que doa." Ela falou.
"Sim, talvez eu já tenha percebido, e não queira admitir isso pra mim mesma." Respondi.
"Cedo ou tarde você irá admitir, mas lembre-se.. Você não tem tempo à perder. A vida não para." Sua seriedade era até preocupante ao meu ver.
"Posso ficar aqui então?" Perguntei.
"Você não tem mais pra onde ir querida, lá fora o tempo está feio, você sabe que a tempestade ainda não acabou, por mais que seu céu esteja claro agora. Você está no centro da tempestade, qualquer movimento errado e você será arrastada." Ela disse com um pouco de preocupação.
Eu sabia que tudo dependia de mim agora e ao mesmo tempo não.
"Vou ficar então."
"Eu sei que vai, e posso te garantir que quando chegar ao seu destino, descerás sorrindo e enxugando a ultima lágrima que cairá de seus olhos."

Não pude não sorrir novamente. Me indireitei na cadeira que agora parecia mais confortável e fechei meus olhos.
Pensando demais em coisas que eu já nem sabia mais.