terça-feira, 20 de setembro de 2011

Depois do luto vem o enterro.




O cheiro das flores estão no ar - flores tão vivas quanto eu, mas que cobrem o luto de uma perda.
Flores dedicadas às perdas, à saudade - flores que assim como nós, morrem!
O cheiro de terra fresca também está no ar. Terra molhada, terra seca, terra nova e até as esquecidas.
Coloco numa caixa eu e você, nós, as manias, as alegrias, as tristezas, a dor e a fecho.
Nem cadeado, nem fechaduras.. Só amarro uma fita amarela em volta e a coloco em seu leito tranquilo - onde eu não sei bem, me adentrei em meio as perdas e dores até não saber mais onde estava.
Enterrei! Enterrei pra nunca mais achar, pra me libertar e caminhar em paz.
Como quando enterramos cápsulas do tempo, com a esperança de que alguém a ache um dia, enterro aqui nosso amor, sem esperança nenhuma de reencontrar, mas com a certeza de que se for pra achar verei novamente a fita amarela saindo do buraco imenso que cavei - quem sabe?
Me liberto da dor, me liberto da angústia e de todas as sensações ruins que possa sentir - não as quero.
Quero sentir o sol quente na minha pele, o vento tocando meu rosto e bagunçando meu cabelo, me fazendo sorrir.
Quero pisar na areia e sentir paz - ou mesmo caminhar em meio ao concreto da cidade grande.
Quero acordar e sorrir, e não sentir o peso da velha caixa - eu me liberto.

Se eu quero, eu posso e consigo! E já que o meu "querer" não depende só de mim, uso outro querer. Aquele que depende unicamente de mim. E eu quero! E eu consigo! E eu vou... Já fui!


Você já sabe o que fazer, já entreguei-lhe a carta, agora vai de você.

Tô indo ser feliz!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quem sabe?


Que bom que estás feliz, assim sei que posso caminhar em paz.
Deixei a sementinha plantada ai, dentro de você. E agora que sei que sorri sem precisar mais de mim, sei que posso seguir.
O caminho por onde vou não sei, não conheço - mas gosto daqui, mesmo faltando sua presença. Aqui é tranquilo, é tão calmo quanto o som do seu sono. Minha sementinha está aqui também, bem guardada - eu costumo cuidar muito bem das sementes que recebo, com muito amor e carinho para que se chegar a hora, ela possa florescer com vida e forte dentro de mim. Posso encontrar alguns rastros seus por onde andarei, mas os observarei com carinho e o deixarei ali, para que talvez outra pessoa o encontre - quem sabe?
Encontrarei muitas pessoas por onde eu vou, me farão rir, me farão sentir, me farão aprender.. Algumas deixarei pra trás, outras.. Quem sabe?
Não podemos contar com a sorte, porque ela existe pra quem não a vê, mas pra quem sente.
Não posso ser hipócrita a ponto de dizer que não sentirei saudades - já sinto desde antes - mas pra nos libertarmos, precisamos antes libertar. Então vá, vá ser feliz. Vá sorrir para que todos vejam esses dentes que formam felicidade em seus lábios. Vá conhecer o mundo, os sabores, as cores - eu te mostrei tudo que conhecia, e o que eu desconhecia passarei a descobrir, por mim, sei lá, gosto de conhecer as coisas.
Sou daquelas que busca ensinamentos na dor, na felicidade, em qualquer ato de sentir - como eu amo sentir.
Se alguma vez se perder, lembra de todas as vezes que eu falei "não, não se perca, seja forte!" e sorria como sempre sorriu pra mim. E agradeça por ter sentido algo tão nobre, e ter feito alguém sentir isso também - e eu senti!
Mas agora eu vou, como alguém que precisa ir viajar, mas não quer.. Mas que sabe que essa viagem irá mudar toda a sua vida. Vou.. Porque vou em paz, pois sei que estás segura e firme e que minha ajuda de nada adiantará mais.
Não corra pra fugir do tempo, mas não fique parada esperando ele passar. Caminhe rente ao certo, que é o que seu coração mandar!
Te deixo meus gestos, meus acertos e minhas poesias - e que (ambos) os erros, só sirvam de idéia por qual caminho não ir.
Se não aguentar mais... Procure os balões - se eles continuarem ascessos, saberá onde me encontrar!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Suas próprias palavras...

..trabalham como um vírus dentro de mim. Vai matando pouco a pouco a esperança, a vontade, o amor..
Você me quer tão longe que faz com que cada pedaço de mim sinta uma força enorme pra realmente ficar longe.
Meu coração não quer ficar fraco, não quer deixar ser devorado por esse vírus. Quer ganhar paz, quer ganhar força, quer ganhar cor novamente e se livrar de toda essa doença, de toda essa angústia sem motivo algum.
Você usou palavras terríveis, mesmo visando usa-las para o meu bem.
Meu bem não está ai, talvez nem aqui, ou ali. Talvez esteja perdido em alguma esquina por onde nunca andei.
Meus passos aceleram, quero correr, mas sei que não posso... Na verdade não sei nem do que quero correr, do que quero me esconder.
Minhas portas estão abertas, meu pulmão não se fechou - continuo respirando do ar mais puro que consigo puxar... E soltar.. E soltar!
Liberto à mim, para libertar você. Jogo no ar todo esse sentimento só pra não sentir dor, só pra não sentir a faca que está fincada em mim - não se deve mexer em feridas, e as minhas já são muito profundas, tão profundas que se perdem em meio a felicidade de outras vindas.

Se você soubesse que eu iria partir, tentaria me impedir? Correria mais rápido que o vento só pra dizer "fica"?
Talvez eu nem te olhasse nos olhos, só pra não saber se realmente é verdade. Ficar me dói, partir me dói.
Então eu espero o tempo passar, sem pensar, enquanto continuo aprendendo a me amar, cada vez mais e mais.
Luto com todas as forças, espadas e escudos contra o que quer me derrubar.
Sou forte, eu sei que sou. Carrego comigo uma luz muito pura que vem do meu coração.
A mente engana, mas quando se fecha os olhos e se elimina de todos os pensamentos o coração fala: SORRIA!
Os caminhos se abrem e eu continuo, nem rápido, nem devagar - no ritmo certo, não sei ao certo pra onde eu vou. Mas sei que quem se importa caminha comigo na minha estrada, ajudando a construir as pontes, a eliminar as pragas e pedras porque cair não é pra mim.
Cair só se for pra levantar e sorrir por mais uma cicatriz curada.
E enquanto isso, ao olhar pra trás, só percebo que eu estava certa em prosseguir...

Somos como flores... Se não cuida, morre!