quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

um sentido.

Será que é realmente preciso dar um sentido pras coisas?
Será que não podemos simplesmente aceitar o fato de que o mundo é como é e nada, nem ninguém vai ser diferente disso.
As pessoas são como são e por mais que se julguem diferentes acabam sendo sempre iguais.
O que muda as pessoas não são os sentimentos fracos, os desejos e sim aquele sentimento FORTE que domina todo o seu ser, e consequentemente te faz mudar.
Mudar por amor.
E como saber quando é amor? Como saber se aquilo vai ou não passar?
A realidade é essa, não sabemos.
Podemos jurar sentimentos, e sem mais nem menos eles podem passar.
É isso que te torna uma pessoa ruim?
Ou você apenas estava seguindo os sentimento que sentiu NA HORA?
As vezes passa, ninguém garante.
Claro, existem coisas que fazem o sentimento não passar, mas existem tantas outras que o apagam.
Sentimentos são fáceis de chegar, mas também são fáceis de ir embora se a pessoa não tem o controle sobre eles.
As vezes, a gente simplesmente percebe que.. NÃO VALE A PENA.
Ou será que vale?

rsrs é, a vida é uma grande charada.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cada canto.

Acordo cedo, como de costume — eu já não sabia mais acordar tarde — mas não quis levantar. A idéia de ficar na cama me parecia tão boa, tão aconchegante que resolvi ficar mais.
Permaneci deitada por longos minutos enquanto a mente vagava por todos os sotãos da minha cabeça, levantei-me, fui até a cozinha e me servi com um pouco de café, enquanto os monstrinhos na geladeira me encaravam, como se quisessem que eu olhasse pra eles.
Sentei no sofá, liguei a TV e logo percebi que eu não vejo TV, que eu odeio ficar sentada no sofá vendo programas sem sentido algum, que nunca conseguem me explicar de onde vem tudo aquilo que realmente nos atinge. Jornal. Novela. Canal de vendas. Romance. Ação. Argh, tragédias. BBB. Nada me interessava. Tudo que eu queria era ficar sozinha com a minha solidão, observando a minha pantufa encostada no armário, exatamente do jeito que eu deixei na ultima vez que você veio aqui.
Queria ver as cinzas do incenso que eu ascendi com você me beijando voando de grão em grão, por minutos, talvez por horas e horas.
Queria também olhar pro reflexo dos imãs que você deixou na geladeira no dia em que sentamos no chão e ficamos conversando e nos olhando, enquanto o nosso macarrão não ficava pronto.
E depois de olhar para cada canto da casa por onde você passou e deixou o rastro do seu perfume, me levantei e resolvi que seria melhor dormir mais um pouco.
Ficar acordada me lembra você.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

dia ruim

No final resto eu aqui, recolhendo as fagulhas da minha mente.
Resgatando algo que me faça entender tudo que acontece à minha volta.
No final resto eu aqui, completamente desprotegida, desorientada, desgovernada pronta pra cair de um penhasco rumo às pedras.
O que é isso que sinto dentro de mim que nem eu mesma posso dizer?
O que é essa angústia, esse vazio que me cobre os olhos?
Me permiti ir com a maré, e a maré só me faz ir e vir contra as pedras afiadas, deixando mais feridas, ferindo os orgãos que me mantém inteira.
Sei que não se esqueceu de mim, mas será que poderia ouvir minhas preces logo?
Ou será que tudo que quer, é exatamente isso?
Que eu não siga minhas preces, que eu desista da maré e faça meu próprio caminho solitário.
Eu não quero o que quero, eu apenas quero entender essa inconstancia de sensações, de sentimentos. Nem tudo que queremos, temos. E nem tudo que temos, queremos.

Ninguém precisa saber o que se passa comigo. Ninguém precisa saber que eu estou quebrada e que não tenho NINGUÉM pra cuidar de mim. Ninguém precisa saber que até meus maiores medos estou enfrentando só pra ter no que arriscar. Só pra sentir outro tipo de medo, um diferente desse que eu sinto sempre.
Qual é a graça disso tudo? Qual é a graça de acordar e não ter que ser pra alguém?
Qual é a graça de se machucar sem ter alguém pra cuidar de mim?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Desprotegida.

Me falta ar as vezes, e não tenho pra quem correr pra poder puxar uma boa dose de ar.
Me sobra frio, e não tenho com quem me entrelaçar na cama ou no sofá só pra me manter quente.
Me falta pele, e ossos, sou puro orgão quando se trata de você. E você pode tocar cada pedacinho meu, sentir cada medo, gostar de cada bondade, mas como eu faço agora sem você pra me proteger?
Eu não sei me cuidar bem sozinha, sou pequena demais pra carregar tanto peso.
Pra carregar as bagagens que os outros jogam em cima de mim, me culpando, me matando.

Livrai-me da dor de pisar em cacos que deixamos no chão; de respirar o ar poluido pelas palavras grotescas ditas; e de sentir tanto medo de prosseguir, de arriscar.
Olhe pra mim e diga que sempre vai cuidar de mim. Preciso da calma dos seus olhos, que me lembram os pássaros que voam tão sutilmente.
Preciso da sua garra, da sua coragem e até da pouca paciência que se torna muito mediante ao amor.
Preciso da sua fé, porque só assim podemos nos livrar das amarras que nos prende, e voar. Voar. Voar.

sábado, 16 de janeiro de 2010

hmm

Não me olhe dessa forma, querida. A não ser que você tenha certeza de que irá ficar e não deixara mais meu coração em pedaços no chão.
Não fale que me ama, por favor. A não ser que você cumpra a sua promessa de nunca mais ir embora.
Não fale com aquele tom de voz comigo, não me lembra, não me entenda mal, eu amo você, mas o viver sem você se tornou tão presente na minha vida, que eu desaprendi a te ganhar.
Não sei. Não quero. Não consigo... mas, fica.
Não ter você já é ruim, mas saber que eu não vou ter é bem mais.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

o que me faz gritar em silêncio.

E sabe o que eu mais gostava em nós?

O jeito como você abria os braços de lá de longe — só por ter me visto — pra poder me abraçar. E o modo como você fazia aquela carinha de criança mimada e sorria. Sorria com tanto amor que meu corpo inteiro doia — minha proteção é fraca quando é com você, é como se suas mãos tocassem além da minha pele. E quando eu chegava perto de você, seu cheiro invandia minha alma e meu coração gritava de tanta felicidade, que até a pessoa mais feliz do mundo era capaz de invejar. E meu êxtase era completado com aquela vozinha que eu amo tanto falando pra mim: oi meu amor. E logo em seguida sua dose de veneno penetrava por cada poro da minha pele, no corpo inteiro.
Gostava quando nós não nos perdiamos em meio a multidão de divergências. Quando tudo que importava era eu e você e nada mais que isso.
Gostava quando você limpava minha boca suja de açai. Ou quando enfiava um monte de marshmallows na minha boca, e depois pegava um pra você e apertava na boca.
Gostava até quando você me zuava, imitando o modo como eu te beijava as vezes, rs.
Era tão bom, né?
Nem tempestade de PEDRA fazia nossos dias ficarem ruins, muito pelo contrário, deixava eles com um pouco de nós, que era quase perfeito.
Gostava de como nosso "feitiço" era forte, a ponto de tocar até as pessoas que passavam por nós. Era tão nítido.
Gostava quando você me pegava no colo e me dava um cheirinho, rs — era seu cheiro favorito.
Gostava quando as músicas que nós ouviamos juntas falavam de amor, e não de corações partidos.
Gostava quando tinha controle, mas por nunca ter sentido isso de tocar a alma e tal, eu o perdi.
Gostava quando você olhava pra mim e perguntava: o que foi? Tá pensando no que?
E eu falava alguma coisa de nós ou de você, porque mesmo quando você estava do meu lado eu não parava de pensar em você.
Gostava de como era FÁCIL DEMAIS sonhar. Os tantos planos, sempre tão nítidos em minha mente que era quase possível agarra-los.

"— Nunca mais vai ser assim, né?
— Esse nosso jeito (quase) perfeito.
— Eu não sei...
— Essa é uma pergunta que não posso te responder."

Ah, como eu gostaria de poder te falar: Não, nós vamos conseguir, aguenta firme.
Mas como eu posso falar uma coisa tão imprevísivel, tão invisível que só saberemos se de fato acontecer.
Mas se tem algo que eu posso te dizer é que de uma forma ou outra, passe o tempo que for, eu sempre vou me apaixonar por você de algum modo. E eu sei que você também.....

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Fique..

Não vá. Fique mais um pouco.
Está calor lá fora, mas se você ir vou sentir muito frio.
Eu sei que no fundo você não quer ir embora. Por amor você não quer ir embora, então fique. Só mais um pouco pra eu poder te mostrar que minhas manias não são loucas, louca sou eu por tentar fugir de algo que está gravado em mim.
Fala pra mim que me ama, só pra eu ter certeza mais uma vez. Eu gosto quando você me dá essa certeza, as correntes que prendem a minha alma no escuro afrouxam.
Me dá um abraço bem apertado, só pra eu sentir de novo. Eu nunca sinto meu coração tão forte e com tanta vida do que quando você me dá um simples gesto, um abraço.
Fale no meu ouvido, bem rente pra eu poder te ouvir melhor, pra decorar a tonalidade da sua voz, dos seus agudos e até dos poucos grossos que você dá.
Deixa eu sentir teu cheiro pra eu nunca me perder nesse caminho tão doloroso, entediante e vazio que é sem você. E não importa o quão distante de você eu acabe ficando, eu sempre vou acabar no mesmo caminho, no mesmo cheiro: o seu.
E sorria pra mim mesmo se você realmente quiser ir embora, para que eu nunca esqueça o brilho dos seus dentes tão lindos e brancos.

Não ache que eu sou louca, meu amor.
Eu acordo todo dia em horários diferentes só pra ver se dói menos, pra ver se eu consigo lembrar menos de você.
Eu ouço músicas diferentes e faço caminhos diferentes até o trabalho só pra ver se eu encontro algum atalho que corte toda a dor de pisar aonde você já tocou, ou pra livrar-me de algum pequeno detalhe — que é óbvio que eu vou perceber — que me lembrará você.
Mas percebo que é em vão, pois todos os caminhos vão me lembrar você, porque vou junto ao sol, e o sol me lembra seu sorriso e sua luz.
E todas as músicas que eu ouvir, terão seu tom, ou cantaram algo que foi dedicado a nós.
A única loucura que me salva é das diferentes horas, mas quase todos os números agora tem me lembrado você.
Pois não teve um único dia em que eu estive com você e não me senti viva, feliz e apaixonada.

Fique só mais um pouco, pra eu juntar minha fé e esperança e conseguir resgatar o que ficou perdido.

o escuro, eu, e o fantasma dela.

Eu não temo o escuro, mas o escuro teme à mim.
Teme as lágrimas que derramo no chão gelado, teme os gritos de silêncio que dou de madrugada e teme os barulhos abafados das minha pantufas percorrendo pela casa em ciclos — que variam do quarto pro corredor, do corredor pra cozinha e da cozinha pra sala, ou do quarto pro banheiro, do banheiro pro corredor, do corredor pra sala e da sala pela cozinha.
O escuro teme minha tristeza, minha angústia, meu sofrimento.
Enquanto eu procuro no escuro as mãos que eu quero que me agarrem, o escuro procura em mim uma pontinha de luz pra livrar-me desse atordoamento constante.
O escuro conta meus passos. 34..., 62..., 107..., 184..., 293..., 365..., 374... Paro.
Penso nela. Naquele momento único com ela. Foi embora.
Você ainda tem fé que nem eu? Eu tenho as vezes.

Caio Fernando Abreu

"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez."

São tantas pessoas.

Entrou no quarto e pegou a velha caixa de fotos, que ficava guardada na ultima prateleira de seu armário — a mais alto e escondida.
Levou a caixa até a cama e virou-a a ponto de não sobrar nenhuma foto na caixa. Sentou-se e pois-se a ver.
— Cátia.. Hmm. Muito grudenta. Grude demais "esquenta" e "calor" demais me irrita — colocou a foto no seu lado esquerdo.
— Paty.. Hmm. Sonhadora demais. Dois sonhadores não combinam. Alguém tem que ter os pés no chão pra te puxar quando você voa muito alto, e alguém tem que puxar pelas mãos até o alto para que se possa sonhar — colocou a foto em cima da da Cátia.
— Andressa.. Hmm. Fria e seca demais. Frieza causa distância, que se transforma em ausência, que ocupa espaço e te endurece — colocou a foto em cima das outras duas.
— Carla.. Hmm. Quem é essa mesmo? Ahhh, sim. Não — e enfiou a foto em uma sacola plástica.
— Sofia.. Hmm. Essa aqui é equilibrada. Ah, não é não, é possessiva — e olhou uma pequena anotação no cantinho da foto.
Pegou uma foto em mãos e parou. Fitou, admirada, tanta beleza. O formato dos lábios, a cor dos olhos e até a formação bonitinha que formava as bochechas quando sorria.
O coração até acelerou, uma dorzinha bem aguda tocou todos os orgãos, e a boca se fechou.
Por minutos admirou a foto, e a colocou em seu colo.
Pegou outra foto e disse:
— Argh. Ainda não acredito que consegui ficar com isso — amassou e jogou na sacola plástica.
— Ju.. Ah. A Jú....... — ficou em silêncio por uns segundos e falou:
— Essa menina foi incrível. Me fez crescer demais.


Toda pessoa entra em nossas vidas para nos trazer algo.
Sejam lições, seja arrependimento, seja carinho e até mesmo o amor de verdade.
Algumas iremos julgar algum defeito, mas vamos nos lembrar que já fomos exatamente iguais com outras pessoas.
Outras terão poucos defeitos, pequenos, mas que fariam a diferença se não fossem, de fato, defeitos.
Outras vamos rir e pensar: "Jesus, como eu tive coragem de enfrentar esse dragão?".
Outra vamos lembrar com tanto amor, com tanto carinho, mesmo que a vontade de ter, ou estar perto da pessoa não seja mais a mesma. "É sempre amor, mesmo que mude".
E outras vamos lembrar e sentir um pequeno pedaço do coração caindo. Vamos sentir o buraquinho que estava quase cicatrizado se abrindo. Mas vamos sorrir, porque foi AQUELA pessoa que te ensinou o verdadeiro sentido da palavra AMOR. E você vai sorrir mais ainda, por ter sentido esse sentimento, porque é muito dificil alguém te tocar tão profundamente, a ponto de deixar uma marca perpétua. Mesmo que o amor mude, ele sempre está lá.

Aproveite a vida, lembre-se das pessoas que já passaram nela. Sorria, se arrependa, sinta falta... Mas conheça outras pessoas pra você se lembrar futuramente. Pra você lembrar e ter novas reações que possam vir.
A vida é uma caminhada enorme, e não podemos ficar parados no mesmo lugar. Sempre temos que acompanhar as voltas do mundo, e se cair, temos que levantar mais fortes, pra não cair sempre no mesmo lugar.

E se for pra falar algo agora, gostaria que ficasse mais. Você acabou de chegar, são tantas diferenças entre nós que eu quero experimentar, eu estou tentando ficar então, por favor, fica mais.. Só mais um pouquinho pra ver se eu consigo te conquistar. Quem sabe assim, você me faça voar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O amor me dói.

Me dói ver os casais apaixonados e felizes à minha volta.
Andar na rua e ver um casal parado, se olhando, como se o mundo à volta deles estivesse parado — mas de fato, PRA ELES o mundo está parando mesmo — e saber que a única pessoa que te prende os olhos não mundo não está com você.
Você olha casais com manias, as deles juntos, e pensa que não tem com quem trocar suas mânias — não as manias favoritas que sempre serão somente nossas.
Você olha casais com mimos, com carinho e inveja um estar com o outro, porque você gostaria de estar com quem ama.
Viver num mundo sem você é completamente atordoante.
A ausência me faz pensar que logo vou te esquecer, mas o coração sempre lembra que não tem modo de tirar uma coisa que penetra na alma e na pêle.
Outras bocas já beijei, outros corações já toquei, outros corpos experimentei, e com outros olhos já olhei também, mas nenhum — NENHUM — tem tanta graça quanto você.
Ninguém tem sua luz, seu sorriso, seu perfume, sua paz. Ninguém tem a sua capacidade de me fazer MARAVILHOSAMENTE feliz, a ponto do "ficar sem você" ser terrivelmente fatal.
Esse mundo sem você não tem cores, não como antes.... Na verdade, eu nem lembro como era minha vida antes de você.
É como se depois de eu ter te conhecido foi quando eu vivi MESMO.
É, deve ser, você fazia eu me sentir viva como nunca havia me sentido.
Talvez seja isso mesmo. Você me tocou tão profundamente que me fez viver de verdade, e eu cheguei tão perto de te fazer viver de verdade.
Não vou lamentar pelo o que passou, meu bem.
Eu vou permanecer te olhando, cautelosa, enquanto minhas orações não se tornam reais e você não consiga entender esse "nosso estranho jeito de amar".
Quero ter certeza que se tocar meu braços novamente em um abraço apertado — igual aquele que nós damos tão bem — você estará entregue, e me permitirá te tocar profundamente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Leve as caixas com você.

Solidão - Clique para ver o video.

Eu pensei que seria apenas mais uma briga nossa. Uma iguais aquelas que nós sempre tinhamos, mas que no final sempre ficava tudo bem. Você falava que me amava e me abraçava forte enquanto dizia: "Eu não quero perder você nunca, não vamos brigar mais."
E eu secava as lágrimas na sua camiseta — que por sinal fui eu quem te deu — enquanto a coragem de te soltar não vinha e eu te apertava mais e mais, a ponto de fazer amassados em sua camiseta.
Mas dessa vez não foi assim. Você não me olhou com ódio, não me olhou sorrindo.
Você me olhou com a expressão que eu mais odeio: com tristeza.
Seus olhos cansados indicavam pra mim o que você ia falar e meu corpo já começava a rejeitar o que estava por vir — em vão.
Você abaixou os olhos, e enquanto mirava suas mãos, disse:
"Acabou."
Tudo se apagou de mim. As lágrimas caiam automaticamente — eu não conseguia controlar, eu nem tinha forças pra isso. Levantei a cabeça para ver se o sangue fluia, ou as lágrimas parariam.
O silêncio indicava meu sofrimento, enquanto o único barulho que se tinha era das gotas martelando a janela pelo lado de fora. Pling, pling, pling.
Você estava me deixando, depois de eu acreditar tanto que esse dia nunca chegaria.
[...]
As fotos estalavam no fogo. Queimei as memórias para me livrar de você, para arrancar-lhe de dentro de mim. As lágrimas já não vinham mais, mas o buraco ficou em meu peito. Vazio. Ôco.
[...]
A chuva fazia estalos ocos no guarda-chuva — o que me deu vontade de senti-las.
Coloquei o guarda-chuva no chão e senti as gotas tocarem meu rosto, enquanto eu abria lentamente os braços e me sentia flutuar — foi gostoso, fez com que eu me sentisse viva.
Ao abrir meus olhos percebi que vida havia voltado pra mim depois do susto, eu tinha que me conformar... você me deixou pra sempre.
A cidade parecia deserta, nenhum alma viva andava pelas ruas — ou será que eu que não via ninguém, enquanto estava presa em meus devaneios e perguntas do porque de você ter me deixado?
Subi no apartamento e somente o pequeno espelho que você odiava estava no chão. O interfone estava caido, pois antes de você sair eu gritei pra você voltar milhares e milhares de vezes — e tudo que eu via era você se afastar mais e mais de mim.
Minhas malas estavam prontas no quarto e eu as fui buscar.
Cada detalhe daquele nosso apartamento ficaria em minha cabeça.
Das noites jogados no sofá; dos banhos gelados que você me dava quando eu passava mal; das comidas grudentas que você fazia e eu falava que gostava só pra te agradar; das noites de amor na cama, que você reclamava ser pequena; do tapete do banheiro que me acolhia nas noites em que nós brigavamos — eu queria outra noite daquelas, onde brigavamos, mas ficava tudo bem.
O seu gato estava no chão olhando pra mim. Acho que ele sabia que eu iria embora — os bichos sempre sabem das coisas.
Parei na porta do quarto e observei cada curva no lençol bagunçado — estava ainda como deixamos na nossa última noite juntos.
Peguei minha mala única de mão, apaguei a luz e sai.
Eu nunca mais iria viver aquilo.

A cidade estava silênciosa. Conspirando pra mim ouvir meus próprios pensamentos em voz alta.
Sorri enquanto olhava pela janela do ônibus. As gotas tocavam uma melodia pra mim — uma melodia de saudades, uma melodia de esperança.
Um ciclo acabou, mas a minha vida, minha busca pela felicidade apenas recomeçou.

"Não importa quantas vezes for, temos sempre que começar de novo, mesmo se você não aguentar mais isso."

Os medos mudam..

Quando se é criança, o maior medo é de perder os pais; medo de escuro ou de coisas que não existem; medo até do homem do saco rs (eu morria de medo dele).
Quantas vezes uma criança deixa de brincar longe dos pais só por medo de quando voltar eles não estiverem mais lá? Uma criança depende dos pais, pois a infancia é a época onde tudo é guiado por eles.
E então você vai crescendo e seus medos mudam novamente.
Você fica com medo de ser excluido no meio dos seus amigos, medo do que as pessoas vão falar de você na escola.
Ai você conhece o amor, e morre de medo dele ir embora — e ele vai.
Você sofre, sofre e vai aprendendo a lidar com a dor.
Então seu medo muda novamente: você fica com medo de amar novamente. Medo de se apaixonar e de começar tudo de novo e de novo.
Você passa a ter medo de envelhecer, já que o tempo está passando muito rápido.
Você passa a ter medo de perder seu emprego, pois não terá dinheiro para suas tantas e tantas responsábilidades.
Em todas as fases de nossas vidas, vamos ter medo.
Alguns mais fortes.. outros mais fracos.
Vamos ter medo, mas também vamos ter coragem.
Coragem de enfrentar os nossos próprios medos mais macabros.

Não importa se está com medo ou não, não deixe de viver por causa disso.
Arrisque, mas sempre tome cuidado.
Olhe por onde anda.

domingo, 10 de janeiro de 2010

de volta pro meu mar..

O pôr-do-sol tem um brilho único — único quando a alma está cheia de vida.
Os pequenos pontos de choque no corpo comprovam o que eu duvidava.
A forma como se prende o olhar e se observa cada detalhe foi continua.
As palavras mergulhavam como há tempo não faziam.
E toda a graça se foi junto com seu cheiro, seu sorriso.

Sua presença ocupou espaço.
Ocupou mais do que eu previa.
Lembra das estrelas? É.. elas estão no céu agora, mesmo se você não estiver vendo-as

"Look at the stars, look how they shine for you, and all the things you do."

sábado, 9 de janeiro de 2010

sempre existe alguém...

...pra bagunçar nossas vidas.
Você muda completamente, porque, mesmo que sem você querer, alguém te fez mudar.
Então você começa a ver o mundo com outros olhos, por outros ângulos. Desacredita nas pessoas, nos sentimentos, e passa a se importar menos com todo mundo. Você não quer nada que envolva sentimentos, nada que envolva amor ou paixão.
E é ai que acontece, alguém entra e muda tudo de novo.
Você começa a viajar pelas estrelas em busca do olhar da pessoa, sente vontade de seguir o vento só para ser levado à pessoa em questão, e, de repente, tudo muda de novo.
Você percebe o quão longe estava indo e as cicatrizes do passado começam a latejar à ponto de você cair no chão e se fixar nele novamente.

Tudo perde a graça e você se questiona: pra que começar se vai terminar?
E eu pergunto: Pra que nascer se nós vamos morrer?
Tudo o que começa, começa por algum motivo desconhecido.
Nunca se sabe o porque ou como.
Acontece porque TEM que acontecer.

A vida é um ciclo: Você nasce, vive e morre.
Será que tudo que existe na vida também não seria um? :)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

as voltas...




..enganam os olhos despreparados.
O tempo rasura o livro da nossa história. Apagado, presente, apagado, presente.
Riscos irregulares, variando a grossura e a intensidade.
Páginas, frases, nomes ou palavras.
Erros e acertos, mas uma história perpetuamente marcada nas páginas.

E no final das contas o tempo só serve pra nos mostrar o que realmente importa no final.
Nem tudo que é riscado é apagado. Só porque rasuras cobrem alguma coisa, não quer dizer que ela não esteve lá....

...em algum lugar SEMPRE fica.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

o que sempre, sempre, restará


Nem toda marca que fica no peito machuca. Nem toda cicatriz lembra coisas ruins.
A do coração, as do seu braço... as que eu gosto mais.
Não é preciso estar junto pra estar perto; não é preciso nem ter contato, e nem lembrar da pessoa toda hora. Basta você saber o que ela foi, o que ela é e saber o lugar que ela se encontra dentro de você.

"This heart, it beats, beats for only you."

sempre, né?

ps: essa toca fui eu que te dei, rs.

Mas...

...o que ninguém sabia era dos gritos silênciosos de Paula.
Pegavam-lhe a alma e a rasgavam em dois, três, quem sabe quantos milhares e milhares de pedaços.
Cada linha do bilhete que Paula se lembrava a fazia gritar num silêncio ensurdecedor, onde apenas ela escutava o eco da dor.
Paula correu para perto de sua cama, se pois de joelhos e buscou algo entre as poeiras que habitavam debaixo de sua cama. Puxou um pequeno pedaço de papel desgastado e se pois a ler novamente:

"Não tente me procurar mais, estou bem e estou feliz com o amor da minha vida. Jogue suas esperanças foras, mesmo se nos encontrarmos nunca seremos novamente o que fomos. Esqueça Paula, vai viver sua vida. Pegue a chance que lhe foi dada e use-a, me esqueça."

No verso do pequeno papel havia dois nomes unidos por um coração.
Um deles Paula conhecia, o outro Paula desejava que fosse o dela, mas não era.
Machucava, mas não havia mais nada a ser feito, sua busca seria outra.

O cheiro

Invadia o quarto de Paula, pela janela. Uma única frestinha entre as cortinas vermelhas, pesadas, servia como um portal para o cheiro que Paula conhecia tão bem.
Ela se levantou da cama lentamente e caminhou até a janela na esperança de que se afastasse as cortinas para poder ter uma visão ampla do solo lá embaixo, ela consegueria encontrar ele parado, olhando para a janela com aquele sorriso tão conhecido nos lábios — fitando-a.
Mas como todas as outras vezes o cheiro nada mais era que algo que sua mente criara — por desejar tanto aquilo, Paula começara a criar tudo tão psicologicamente que parecia real.
Paula sabia que ele não iria voltar, e ela na verdade nem o queria de volta — seu último bilhete havia destruido o que restava de Paula. Seus nobres sentimentos, seu amor puro e doce fora derretido, queimado e jogado aos ventos pela desesperança e dor.
Paula mal voltara a enxer seus pulmões de ar, e já os sentia vazios novamente.
Faltava algo... Faltava algo e Paula iria buscar isso.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

você vive um dia..

...e quando vê ele já passou.
Dois, três, quatro... Uma semana se foi e você nem percebeu.
Uma, duas, três... Um mês e o que você fez?
Um, dois, três, quatro, cinco, seis... Um ano e aonde foi parar todo o tempo?

O tempo está passando tão rápido que chega a me assustar.
Antes uma semana demorava tanto pra passar, agora uma semana se parece um dia.
Estamos deixando as coisas pra trás. Estamos perdendo a noção do valor que temos que dar — na verdade não estamos dando valor algum.
Deixamos os dias passar sem querer agradar a quem amamos.
Deixamos os meses passar sem nos lembrar das coisas boas que passamos — esquecemos, não queremos mais.
Pessoas surgem, outras se apagam.
E enquanto o mundo continua a girar, você se vê presa em uma coisa, uma lembrança, um passado que te assombra.
E você perde tempo, e mais tempo, e mais tempo.
O mundo girando ao seu redor e você sentada na velha pedra na esperança do vento te trazer noticias...


...ele não virá.

Pra ser sincera...

...eu nem sei bem por onde começar.
São tantas coisas começando, e tantas outras terminando ao meu redor, que as vezes me perco nas vertigens que as mudanças me trazem — sim, eu morro de medo de mudança, embora eu viva constantemente mudando.
Não sei também o porque de eu estar escrevendo isso. Talvez seja apenas minha forma de vomitar tudo que tenho dentro de mim, na esperança de me livrar dessa pontada estranha que sinto as vezes quando meus pensamentos voam longe.
Me questionei profundamente sobre os passos da minha vida nesses meus 21 anos.
Tantos castelos construidos e destruidos. Tantos sonhos despedaçados, outros abandonados e outros novos se formando. Coisas que surgem e que ficaram marcadas pra sempre na pele, na boca, no cheiro, e tantas outras que nem do nome ou do rosto dá pra lembrar.

Não é fácil pra mim ver o mundo como ele é, real e cruel.
Ainda mais pra MIM que sempre enxerguei o mundo como um conto de fadas, que sempre acreditei no amor da forma mais pura e perfeita — me enganei.
Não é fácil ser como sou — ser intensa.
E mais triste que isso é perder a tal da capacidade de acreditar nos tão belos contos de fadas.
Você se torna vazia, e mesmo rodiada de pessoas você não as sente.



Eu gosto do frio, o corpo tremendo me faz lembrar de como é se sentir completamente viva.
Hoje, eu assistiria o pôr-do-sol mais de quarenta e três vezes.....

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O nada...

...as vezes é tanto que se torna o tudo.
O nada te leva os sentidos, te leva os pensamentos, mas não me arranca mais lágrimas.
O nada se chama vazio, e o vazio é causado por algo que era seu e não é mais.
O vazio ocupa espaço, a ausência ocupa espaço.
Tudo ocupa espaço.
Por um pequeno intervalo de tempo eu quase voltei a acreditar em sentimentos, em amor.
De fato eu acredito em amor, mas não mais como antes.
Amor pra mim agora nada mais é que momentos que você pode oferecer pra alguém, deixando a pessoa em questão feliz.
Amor não é pra sempre, amor não dura toda hora.
Porque todo sentimento anda de mãos dada com outros sentimentos.
Amor, ódio, ciumes, felicidade, tristeza, insegurança, medo.. todos diferente, mas tão iguais.
Sempre juntos.
Não há felicidade que dure pra sempre, e nem dor que não passe.
Eu sei disso. Todos sabem disso.
A parte dificil é aceitar, mas no final somos obrigados a engolir o vidro, rasgar a garganta e esperar a dor passar.
Ela passa, pois tudo passa.

Nem sei ao certo porque estou a escrever isso.
Simplesmente me deu vontade de escrever, sabe?
Faz tempo que eu não consigo me expressar tão claramente, e eu sei que esse texto está longe de ser o que os meus textos já foram.
Me falta inspiração creio eu.
Tristeza e felicidade trazem inspiração.
Não estou triste, mas não estou feliz. Estou nula... vivendo a vida que me foi dada, mas aprendendo a dar passos mais firmes no chão, pra não cair, mas pra também não congelar.

Caminho por onde tenho que caminhar.. eu sei que eu ainda vou me achar.

tudo o que começa..

..termina um dia.

A vida é resumida assim. Ciclos com começo, meio e fim.
TUDO na vida acaba, até mesmo a própria vida.
Um ano acaba e se renova.
Um sorriso aparece e desaparece.
Uma dor lateja e some.
Um amor vem, e se vai.
Pessoas morrem, outras nascem, e no meio desses ciclos você chora, ri, se diverte, sofre, canta, fica em silêncio.
A vida é tão grandiosa e as vezes não aproveitamos o que temos que aproveitar de fato.
Não damos valor para o que temos que dar.
Nos focamos em coisas que não fazem sentido, mas que dão sentido a tantas coisas.
Não existe um certo e um errado, porque no final o resultado será sempre o mesmo.
Você viveu e aprendeu.

O ciclo da vida só terminar quando acaba. (rs)
Mas dentro desse ciclo chamado vida, existem milhares e milhares de outros ciclos que vão começar, vão ter seu meio e vão ter seu fim.
Não importa o quanto demore, o quanto dure, cedo ou tarde ele vai terminar (infelizmente ou felizmente).
As vezes, acontecem coisas em nossa vida que nos fazem pensar que é o fim.
Mas, se tem algo que eu aprendi nesse ano de 2009 (que se foi) é que nada é o fim pra gente.
Não basta de finais de ciclos, porque o ciclo que realmente importa somos nós mesmos.
E o meu ciclo, eu sei que está longe de terminar.

Viva mais.
Curta mais cada momento, sem se importar com o amanhã.
O dia seguinte é sempre uma surpresa, então faça cada dia valer a pena.
Ame intensamente. Dedique momentos, dedique amor e felicidade.
Porque amanhã podemos estar mortos.
E, se eu morrer sem mais nem menos, eu quero deixar o melhor de mim nas lembranças.
Nunca se sabe, né?

Nunca se sabe...