quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Desprotegida.

Me falta ar as vezes, e não tenho pra quem correr pra poder puxar uma boa dose de ar.
Me sobra frio, e não tenho com quem me entrelaçar na cama ou no sofá só pra me manter quente.
Me falta pele, e ossos, sou puro orgão quando se trata de você. E você pode tocar cada pedacinho meu, sentir cada medo, gostar de cada bondade, mas como eu faço agora sem você pra me proteger?
Eu não sei me cuidar bem sozinha, sou pequena demais pra carregar tanto peso.
Pra carregar as bagagens que os outros jogam em cima de mim, me culpando, me matando.

Livrai-me da dor de pisar em cacos que deixamos no chão; de respirar o ar poluido pelas palavras grotescas ditas; e de sentir tanto medo de prosseguir, de arriscar.
Olhe pra mim e diga que sempre vai cuidar de mim. Preciso da calma dos seus olhos, que me lembram os pássaros que voam tão sutilmente.
Preciso da sua garra, da sua coragem e até da pouca paciência que se torna muito mediante ao amor.
Preciso da sua fé, porque só assim podemos nos livrar das amarras que nos prende, e voar. Voar. Voar.

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