terça-feira, 5 de maio de 2009

A 'senhora' destino, parte sete.

Você já esteve rodiada de pessoas e ao mesmo tempo se sentiu a pessoa mais sozinha do mundo? Mais sozinha ainda, do que se você realmente estivesse sozinha? Eu me sentia assim. Meu corpo tomado por dores latejantes, eu rodiada de sensações, mas me sentindo completamente sozinha, como se ninguém nunca fosse aparecer para me tirar daquela angústia.
Eu tinha certeza que algo estava por vir, eu conseguia sentir, era algo muito superior do que todas que senti antes, era algo forte.
— Olá minha cara. — disse uma voz grossa e séria, mas ao mesmo tempo calma.
— Quem é você? — na verdade eu não aguentava mais essas sensações aparecendo toda hora, mas essa não me fez sentir dor alguma.
— Sou a inteligência. — respondeu arrumando seu óculos dourado, e ajeitando seu chápeu preto.
Na mesma hora eu pensei "O que a inteligência está fazendo aqui?", era uma coisa muito sem nexo para mim. Uma hora sensações horríveis apareciam e, sem mais nem menos, a inteligência.
— Eu sei, você deve estar pensando o que eu estou fazendo aqui. Talvez você deveria se perguntar porque eu estou aqui. — disse a inteligência.
— Porque você está aqui? — perguntei.
— Porque apesar de tudo que você está sentindo, você é uma menina muito inteligente, e talvez isso te atrapalhe algumas vezes. Por você saber demais, você acaba tropeçando em seus pensamentos, caindo em suas perguntas sem fim. — ele disse.
— É, pensando por esse lado.. — ele me cortou.
— Sim, pensando. Você pensa muito as vezes, e outras vezes você não pensa nada. Talvez esteja na hora de você começar a pensar em que hora você DEVE pensar. — seu olhar era sério, e sua voz saia como um sermão, uma bronca.
— Olha, se você está aqui para terminar de me derrubar eu prefiro que vá embora. — disse secamente.
Ele riu. — Não estou aqui pra te derrubar, estou aqui para tentar abrir sua mente, podendo assim, abrir seus olhos.
— Pense assim, você está nesse local — sua vida — ela está seguindo seu rumo, que você nem faz idéia de qual vai ser. Adianta você ficar pensando no que vai acontecer? Ou é melhor você esperar o seu rumo com sua mente vazia? — ele concluiu.
— Como eu posso manter minha mente vazia com toda essa dor dentro de mim? Vendo todos os meus sonhos cairem, todos os meus pedaços bons desmoronando? — perguntei friamente.
— Você pode pensar em colocar seus pedaços no lugar, você pode parar de focar a sua dor e focar outras coisas. Você pode parar de falar que acredita em sonhos, e começar a realmente acreditar.
Fiquei em silêncio, aquilo que ele falou tinha sido como uma marretada nas pernas.
— Use sua cabeça. Você é inteligente o suficiente para não deixar-se cair. — disse ele.
— Se eu sou tão inteligente assim, como fui deixar que eu me encontrasse nesse estado? — perguntei.
— Entenda uma coisa. A vida não é fácil como todos pensam. Sempre todo mundo vai se encontrar em momentos de decadência, mas vai de cada um se levantar.
Pensando de novo. Era isso que eu estava fazendo. Pensando.

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