quinta-feira, 30 de julho de 2009

desfocado

No silêncio, os olhos desfocados miravam alguma direção que eu não sabia qual.
Meus pensamentos vagavam pra longe do lugar aonde eu estava, eu só enxergava cores.
Amarelo, vermelho e marrom.

Lembrando de uma ou duas palavras.
Não conseguia ver nada, apenas borrões lamacentos.



Minha mente vagava pra longe, muito longe.
Minhas mãos geladas, um coração sempre quente.
Uma alma que fica em chamas, apenas pelo toque da brisa leve.
Difícil focar-se em algo, quando se tem tantos detalhes a se reparar.
A chuva cai fina do lado de fora da janela. Só consigo ouvir o sopro da fumaça do meu cigarro e o martelar de um coração.

Uma buzina oca quebra meu silêncio, e um sorriso se forma nos meus lábios.
Me sinto estranha, diferente e isso me apavora.
Fora do comum demais, fora dos padrões normais.
Gritos que não significam nada.
Longe do coração, longe de qualquer coerencia.
Mudança de direção. Como um vento que sopra um aroma delicioso, que te faz desejar aquilo, e de repente o vento sopra pra outro lado, e você sente um cheiro desconhecido, e isso te mantém parada no mesmo lugar.
Por mais que isso me apavore, eu me sinto quase bem.
Como se antes eu não enxergasse tão bem quanto agora — onde cada detalhe é tão nítido pra mim.






E uma simples voz, com uma simples frase, quebra no meio o meu silêncio estranho.

2 comentários:

  1. muito interessante a sua escrita, a poesia é bela^^
    não sou um grande fã de prosa, mas sei apreciar^^

    é bom ver blogs q ainda contenham boa poesia, ao invés daquelas coisas clichês e mal feitas =)
    bjos^^

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  2. Essas lembranças parece que nunca vai embora né?
    As vezes encontroo silêncio e tudo parece estar bem.
    adoro os seus textos.

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