domingo, 5 de julho de 2009

A rua.

Sentada à espera do meu ônibus, comecei a reparar nas pessoas na rua.

Umas andam sozinhas, encolhidas de frio. Um homem passeia com seu cachorro. Amigos conversam e dão risada. Um homem canta, sorrindo, para sua mulher: Estou apaixonado.
Outro casal se abraça. Abraços, beijos, carinho.
Uns sozinhos, outros acompanhados.
Anúncios são trocados no relógio. Do verde pro amarelo, e depois pro vermelho. Do vermelho pro verde.
Umas luzes mais amareladas, outras mais brancas. Umas mais intensas, outras mais fracas — exatamente iguais às sensações das pessoas na rua.
Uma vontade. Tsc, idiota. Me senti extremamente IDIOTA por ter tido aquela vontade.
— Aonde é que eu estou com a cabeça? — pensei. Mas eu sabia a resposta. Nela.
O mesmo local onde eu me sentei outra vez, mas hoje a temperatura estava mais baixa, a escuridão era a mesma, e a sensação era igual — está bem, não completamente igual, estaria sendo injusta se afirmasse isso.
Meus olhos úmidos dificultavam a visualização dos letreiros dos ônibus, mas nenhum era o que eu precisava.
Meu vazio — onde antigamente se encontrava meu coração — socava forte meu peito.
A palpitação não diminuía e minhas mãos começavam a tremer.
Minha cabeça estava perdida em pensamentos confusos.
Entrei no ônibus e o silêncio, que permanecia em mim, chegava a ser enlouquecedor.
Vertigens, vertigens e sangue.
A surpresa me fez chorar, mas eu me sentia bem, normal.
Apavorada, mas normal.
— Passou, passou — eu me lembrava. Mas nem isso conseguia prender minha mente, eu estava longe — pensando no confuso.


O estranho estava me apavorando, me tirando o sono, aumentando minha vontade de roer minhas unhas e de fazer com que eu me perdesse em confusões e criações da minha mente.
Criações que me enlouqueciam...
Faço das SUAS palavras, as minhas:

Então meu amor, me abraça forte e diz mais uma vez que mesmo estando mais distante, você me ama e me quer do mesmo jeito...
Não tenho muito medo do escuro mas, deixe as luzes acesas agora.

Está uma noite apavorante, olha lá pra fora. Veja essa noite de nuvens tão cinzas e escuras...


...a tempestade que chega em minha mente agora, inunda todas as sensações à minha volta, mas o medo se firma do meu lado. Peça-o que vá embora e fique no lugar dele.

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