sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sonho

Não me lembro muito bem, afinal eu acordava toda hora. Tentando separar o sonho da realidade.
Já relatei aqui, e repito. Sempre quando eu vou me deitar eu estou com uma sensação, quando acordo, estou com outra — uma bem pior, que machuca muito mais.

Eu consegui sentir o cheiro dela no meu sonho. Consegui sentir o toque quente que ela tem.
E consegui sentir até a respiração dela tocando o meu rosto.

Estavamos em um hotel, em alguma praia. Não lembro ao certo, mas creio que minha família estava junto. Agora eu não me lembro do sonho inteiro, mas lembro que ela tinha sumido.
Eu a procurava na imensa "casa", e a encontrei deitada num quarto.
Ela estava congelando de frio.

— Você está bem? — perguntei-a.
— Estou morrendo de frio.
— Se cobre, vem cá.
— Não, eu tenho que levantar.
— Não, não tem. Vou ficar aqui deitada com você, estou quentinha.
Me deitei ao lado dela, e nossos corpos viraram apenas um.
— Obrigada amor.
— Ah, você sabe que não precisa me agradecer. Não sabe o quanto isso é bom pra mim.

Foi então que eu começei a sentir seu calor, seu cheiro, seu toque.
A tortura me fez acordar rompendo em lágrimas, e com leves vertigens.
O buraco dentro de mim latejava a essa altura, e o vazio me dominava.
Novos tremores surgiam em meu corpo, e o desespero que eu tanto tentei controlar ao longo dos dias, começava a surgir.

Tentei repassar passo a passo tudo que eu tinha em mente, para tentar me tranquilizar, mas dessa vez estava difícil. O cheiro dela, pelo qual eu era completamente viciada, ainda estava em minhas narinas.

Tantas perguntas surgiam, e eu só queria uma coisa. Uma única coisa.

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