segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Por sorte a casa...

...onde costumada ser o lar de Paula Schuctz, estava vazia, mas estranhamente familiar — os móveis continuavam no mesmo lugar de antes.
Após o banho demorado e fervendo, Paula deitou-se em sua cama — o edredon continuava a ser o roxo e o travesseiro de pena praticamente estava com a forma da cabeça de Paula.
Há quanto tempo ela esteve morta?
Deitada em sua cama, Paula começou a relembrar de tantos momentos insanos que já passou à dois debaixo daquele edredon. As memórias ficavam tão claras que Paula quase podia sentir as gotas de suor que pingavam naquela memória.
Só que o que a Schuctz não notou, era que ela estava completamente sozinha agora.
Ela estava morta para todos, e 1/3 dela, fora embora junto com a maldita lápide.
As lembranças mudaram de foco. Não eram mais lembranças, e sim imagens do que podia estar acontecendo, poderia já ter acontecido, ou poderia acontecer a qualquer momento.
Srtª S. estaria se envolvendo com outra mulher, ou com algum homem? Teriam os dois feitos sexo? Alguém havia tocado no corpo da mulher que ela tão bem conhecia, embora não conseguisse lembrar de seu rosto?
As perguntas perturbavam Paula, então ela se pois de pé, já que estava fazendo de tudo para não fechar seus olhos, andou até o final do corredor, e abriu uma grande porta de madeira.
Dentro da sala escura, havia uma cortina gigantesca e vermelha, que descia um pouco abaixo do topo do teto, até o chão. Havia uma pequena poltrona em um dos cantos da sala e bem no meio da sala, na frente da lareira, havia um antigo espelho coberto por um lençol — pelo visto era a única coisa que cobriram com lençois na casa.
Ao dar três passos Paula parou repentinamente, à alguns metros do grande espelho. Ela estava com medo de se olhar — embora só tenha se dado conta agora, ela não havia visto seu reflexo desde que apareceu viva.

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