terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os sinos.


Eu consigo ouvir os sinos. Eles tocam lá do alto daquela montanha gigantesca que eu sempre olho da minha janela.
Eles anunciam a nova mudança.
Eu esperei por esse sinal, pacientemente, deitada na minha cama compondo, escrevendo.
Levanto-me e olho para as nuvens que dançam no céu, elas estão indo embora e a porta se destranca num pequeno estalo.
Olho para a minha bagunça que deixei em cima da cama e volto a olhar pra janela — e enxergo uma pequena frestinha de sol entrando pela mesma.
Os sinos não param de cantar, eles estão felizes pela mudança que chegou.
Junto com a mudança eu sei o que eles declaram. Eles declaram a segurança que eu esperava, e já que ela está "pronta" eu posso partir. Posso sentir o sol completamente quente em minha pele — mesmo que eu conseguisse sentir o sol, ele não estava tão forte assim, mas agora está, eu sinto.
Dentro de mim surge um nascer de tudo novo. Eu posso fechar os olhos e enxergar aquele arco-iris que se perdeu em alguma curva da caminhada.
Eu o recuperei. Recuperei as cores, os cheiros, os sentidos.
Os sinos cantam e cantam e minha voz sai num tom agudo celebrando o acontecimento.
Deixarei uma carta na cama com as minhas coordenadas. Nunca sumirei, mas correrei atrás de tudo.
Na verdade, parece que tudo correu atrás de mim — pensando bem — tudo que eu procurava o fim de outubro está me trazendo — junto com algumas coisas desagradáveis, claro.
Os dias de outubro estão chegando ao fim, e os sinos irão cantar até lá, para que eu não me perca no caminho novo.
Porque é tudo TÃO novo, que parece que eu estou aprendendo a andar de novo.

Obrigada. Só isso eu tenho pra falar.

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