quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

o escuro, eu, e o fantasma dela.

Eu não temo o escuro, mas o escuro teme à mim.
Teme as lágrimas que derramo no chão gelado, teme os gritos de silêncio que dou de madrugada e teme os barulhos abafados das minha pantufas percorrendo pela casa em ciclos — que variam do quarto pro corredor, do corredor pra cozinha e da cozinha pra sala, ou do quarto pro banheiro, do banheiro pro corredor, do corredor pra sala e da sala pela cozinha.
O escuro teme minha tristeza, minha angústia, meu sofrimento.
Enquanto eu procuro no escuro as mãos que eu quero que me agarrem, o escuro procura em mim uma pontinha de luz pra livrar-me desse atordoamento constante.
O escuro conta meus passos. 34..., 62..., 107..., 184..., 293..., 365..., 374... Paro.
Penso nela. Naquele momento único com ela. Foi embora.
Você ainda tem fé que nem eu? Eu tenho as vezes.

Um comentário:

  1. A pior coisa do amor é quando ele acaba ou quando a pessoa amada se afasta... Mas além de fé temos que ter o amor

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