terça-feira, 6 de julho de 2010

O sonho

As ruas estavam vazias, eu caminhava no meio da solidão de meus passos.
Um, dois, três passos — um barulho — paro, olho para trás e não vejo nada. Quatro, cinco, seís, sete — outro barulho — me viro bruscamente e me deparo com uma imagem muito familiar. Meus olhos ficam arregalados e as palavras não conseguem sair da minha boca — nenhuma se quer.
Meus olhos mal podem acreditar no que viam, como era possível reencontrar aqueles velhos olhos dourados?
Meu coração parou, minhas pernas tremiam, e meu estomago lutava para sair de dentro de mim — eu estava paralisada, perplexa.
— Oi — disse a menina dos olhos dourados.
— O... — calei-me. Fiquei esperando para ter certeza de que aquilo não era uma criação da minha cabeça — à tempos esperava por aquele momento.
— Eu só posso estar sonhando, não é possível. Eu.. Eu não pensei que voltaria a ver esses olhos, os seus olhos. Eu... Eu não sei nem o que falar, me pegou despreparada. Eu estava caminhando, como todas as noites, como TODAS e TODAS as noites depois que você se foi. Sempre ando por essa estrada, costumava ser sua também, lembra? — falei sem parar, sem intervalo, sem respirar. As palavras simplesmente voaram da minha boca como um raio — eram tantas coisas que eu queria falar, e na verdade eu não conseguia falar nada.
Ela sorriu. Sorriu e foi embora.

Acordei no meio da noite assustada e pensei: Sabia que era um sonho, mas aqueles olhos não negam a realidade.

i'm with you, in all yours steps.

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