terça-feira, 10 de março de 2009

Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008

Fazia tempo que eu não sentia aquela dor tão devastora, como se eu não sentisse mais vida em mim. "Pra que viver desse jeito, se nem vida mais eu tenho?" - eu pensei.
Quando, no meio de toda aquela dor, todo aquele desespero, um anjo apareceu. Seus olhos eram claros e seus cabelos loiros, tinha um sorriso estoteante e, bem, ela me animou. Diferente da dor, eu me sentia feliz e protegida, e eu devia isso à ela, ao anjo que me tirou da solidão.
Deitei-me em minha cama e eu podia sentir a dor vindo. Levantei e fui até a cozinha, encostei na parede e meu corpo foi deslizando até cair no chão. Eu chorava, chorava desesperadamente não querendo acreditar no que meus olhos tinham lido. Eu chorava como uma criança, completamente ciente que nunca mais iria ver seus pais, desesperadamente verdadeira.
Meu corpo doia, meu rosto ficava sério sem mais nem menos, as lágrimas paravam e eu me sentia sem vida. Um corpo sem vida e sem fundamento.
A minha vontade naquele momento era de ficar pra sempre sentada naquele chão olhando para o nada, até a real morte me levar pra longe.
"O anjo não ficaria feliz com isso" - uma voz em minha cabeça me disse.
"O anjo não iria gostar mesmo" - eu pensei. Eu não podia simplesmente morrer ali, eu tinha que fazer algo, mesmo não sabendo o que.
Esperar. Eu iria esperar.
E assim passei a madrugada mais longa da minha vida chorando. Chorando e esperando.

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