quarta-feira, 9 de setembro de 2009

As pernas...

...de Paula sangravam sem parar. O vermelho jorrava e manchava o azuleijo branco e brilhante.
A dor era latejante, mas nada comparado com a satisfação de estar livrando-se de sua parte perturbada.
Paula sabia que teria que fazer isso até o final, não importando a dor que sentiria a cada centímetro cortado de sua pele branca.
Ela tinha total certeza de que se fosse até o fim, consegueria tirar dela mesma toda a parte que se auto machucava.
Não aguentando mais a dor que sentia, Paula abaixou seus mãos, e descansou o punhal de prata.
Ela tinha entendido que não poderia fazer isso só de uma vez, porque isso apenas a mataria.
Então Paula se deitou no chão ensopado de sangue, e esperou até que suas forças se recuperassem, para que ela pudesse se levantar e ir até o único lugar que poderia haver outra sobra de força: O cemitério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário