terça-feira, 8 de setembro de 2009

O que Paula sentiu...

...é que ela devia ir até o cemitério aonde fora interrada.
Fora sem nem pensar no porque desse desejo repentino, ela apenas achava que deveria ir.
O sol batia fraco sobre a terra onde costumava estar a lápide de Paula Schuctz, mas havia algo lá que não era pra estar.
Paula abaixou-se e pegou em mãos um pequeno bilhete.
Imediatamente suas mãos tremeram e ela o começou a ler. Dizia:

"Querida Paula, não ouço mais os ventos me falarem de seus pensamentos pra mim.
Eles me dizem agora, que eu deveria lhe dar um pouco de crédito, porque nunca a viram agir dessa forma. Me dizem que você tem tentado a todo custo, mas meus pensamentos negativas e realistas demais dizem que eu não quero ver tentativas, e sim resultados prontos.
Então ontem o vento me trouxe uma última notícia sua. Disse que eu devia te dar créditos só pelo fato de você estar tentando como nunca tentou, e que só isso deveria me mostrar as mudanças de Paula Schuctz.
Mas o que realmente me incomodou, Paula, foi que os ventos me falaram que você não tem mais falado de mim. Que agora só fala de como quer crescer e conseguir tudo para o que vem lutando tanto pra ter; pra ser mais mulher; pra conseguir viver do modo certo.
Isso apavorou-me. Paula, meu amor, você não quer mais encontrar-me?

Ass: Srtª S."

Paula mal podia acreditar no que estava lendo. Como ela poderia ter pensado dessa forma?
Paula pegou um velho lápis que estava em seu bolso, virou o papel e escreveu:
"Estou fazendo dessa forma, para que quando lhe achar eu não morra novamente e deixe-lhe sozinha.
Com carinho: Paula S."
Dobrou o pequeno bilhete, o colocou na mesma posição em que o tinha encontrado e foi embora para sua casa, enquanto admirava o belo crepúsculo que se formava.
O dia de Paula estava acabando, mas sua luta apenas começando.

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