quarta-feira, 25 de novembro de 2009

na moto

A sensação era única: a chuva batia levemente em meu rosto, como pequenas agulhas — não era ruim — o vento bagunçando o cabelo — e nem com isso mais eu me importava — e a vontade insana de abrir os braços e fechar os olhos — mesmo sabendo que eu não podia fazer isso.
Me concentrei no barulho da rua, das pessoas, dos carros.
A cidade trabalha como uma orquestra musical. Sons altos, sons que mal percebemos, mas que estão lá, presentes em algum canto.
A chuva começava a martelar com mais força e intensidade. Se antes eram pequenas agulhas, agora eram facadas ardidas, mas afinal de conta eu não ligava — sentir aquilo era bom.
Nunca pensei que gostava tanto assim de velocidade, de adrenalina e perigo.
Me arriscava sem medo, pensando que nada poderia me acontecer — e de fato nada me aconteceu até então.
Liberdade: era essa a sensação que eu sentia.
Livre pra poder fazer o que eu queria, afinal, o mundo estava sob meus pés.

Um comentário:

  1. ps: Gostaria de pedir desculpas aos leitores (reais ou não) pelos textos grotescos que venho escrevendo. Minha mente está bloqueada, não venho conseguido escrever e me expressar bem.

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