quinta-feira, 15 de julho de 2010

As gotas

Vivo tentando achar um propósito para o que simplesmente não tem: a vida.
Acordo de manhã, enrolo na cama, faço birra, reclamo da chuva e do tempo frio.
Arrumo o cabelo, coloco duas calças, duas meias e três blusas — o sobretudo vai por cima — escovo meus dentes, pego meu guarda-chuva e caminho até o ponto.
O vento corta meu rosto, corta minhas mãos.
Entro no ônibus, escolho um lugar lá no fundo — perto da porta pra ficar mais fácil de descer — olho pra janela, paro.
As pequenas gotinhas apostam corrida na minha janela, umas demoram mais, umas vão mais rápido e outras nem se quer se mexem.
Reparo na coisa mais simples que já reparei na vida.
Quando uma gotinha está descendo e encontra com outra ela fica muito mais rápida e maior, ela cresce.
Não seria esse o sentido de tudo que procuro?
Na trilha da vida sempre encontraremos pessoas que nos empurrará, nos fará crescer, odiar, amar, sorrir, chorar — independente do que for, pra que for, estaremos andando em frente, sempre pra frente.
As vezes iremos parar no caminho e ficar lá, só esperando outra "gotinha" passar pra nos levar pra frente com mais velocidade.

Não se pode fazer as gotas subirem, e nem obriga-las a cair na mesma janela.
Me pergunto agora... em que janela você foi parar?

Um comentário:

  1. Adorei seu texto!

    Adoro comparações da vida com as coisas mais simples...
    singelo e verdadeiro

    parabéns ;)

    www.caminhandoentrepanos.blogspot.com

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