terça-feira, 10 de março de 2009

Dezembro - Insegurança

Sentei no chão do box enquanto a água caia em cima de mim - aquela sensação era boa, fazia com que eu esquecesse o porque estava daquele jeito. Minha cabeça dava voltas e voltas. Mais perguntas iam surgindo em minha mente cada vez mais. "Que dia estranho" - eu pensei.
Meu dia tinha sido muito estranho, realmente. Eu havia brigado com uma pessoa, que por quatro meses lutei tanto, eu falei tudo - acho que tudo mesmo, tudo que estava preso. Me sentia um pouco leve agora, mas um pouco magoada, afinal eu não queria que isso tivesse acontecido. Além disso, eu tinha me sentido terrivelmente mal quando ouvi umas coisas de uma outra pessoa. "Quando foi que isso passou a importar tanto?" - eu me questionei. Devaneios perdidos me fizeram viajar, minha cabeça girava, meus olhos se fechavam e eu sentia uma vontade terrível de gritar.
Desde quando eu estava pensando nisso? E como fica tudo pelo que eu lutei nesses últimos meses? "Nãh, ela não está nem ae" - eu pensei, irritada.
Eram tantas as coisas que me pressionavam, que me faziam querer desejar profundamente não sentir aquela dor dentro de mim - o buraco estava lá, aberto, e acho que ele nunca iria se cicatrizar perfeitamente.
A noite foi passando e fui deixando meus pensamentos vagarem pra longe, não era hora pra ficar se torturando com aquilo - era cedo demais.
Um alívio derreteu minha espinha, derreteu meus olhos e meu coração. "Ufa" - sussurei.
Era fácil pensar quando ela me falava coisas seguras, enquanto a insegurança do outro lado ficava mais distante e menos preocupante a cada segundo.
O que me restava agora, nessa noite escura e abafada, era não pensar em nada - não enquanto eu não soubesse que rumo tudo isso levaria.
Deitei em minha cama, esperando o sono me levar pra longe daqui.

ps: o texto se refere à três pessoas diferentes, está confuso, mas eu sei quem são as pessoas e isso basta. Acho que se as pessoas em questão lerem elas vão saber quem são também.

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