quinta-feira, 23 de abril de 2009

Diário de bordo - Fase três

Talvez o que eu vá escrever agora seja apenas um desabafo.
Chega a ser até engraçado como tudo isso rasga minhas entranhas no meio, ou o modo como meu corpo treme de ansiedade ou de outro sentimento que eu não sei dizer qual é, mas não é bom, não é gostoso.
O modo como tudo foi pra direções diferentes, esquerda e direita, opostos.
Como dói não saber mais o que se passa na sua vida, o que tem feito, como está, como estão as coisas na sua casa ou na faculdade.
Talvez o que aconteça seja que eu realmente não queira enxergar, ou que não tenha nada para ser enxergado.
Esse turbilhão de sentimentos, de pensamentos, que a partir do momento em que eu me encontro sozinha, em silêncio, eles insistem em surgir.
Eu sei da minha palavra, e eu não vou quebra-la, não mais.
Lembra quando você me falou que nós nunca iamos nos afastar? Ou quando você escreveu no meu tenis? Porque eu não sinto mais você em todos os meus passos?
Me sinto completamente sozinha andando por ai sem rumo, mas nunca sem objetivo.
Mas meu objetivo tem se tornado tão embassado aos meus olhos que parece uma cegueira branca.
Não é a insegurança mais que fala, é a realidade.
E ela fala mais cruelmente do que a própria insegurança.
Parece que ao me livrar de tudo que me impedia de estar pronta, a realidade começou a cair sobre meus ombros, pesando.
Eu que sempre manti minha mente vazia, ou quase, me encontro confusa — e isso me tras vergonha.
Não confusa em relação ao que sinto, isso jamais.. se eu pudesse escreveria nas estrelas, para que todos soubessem, mas a confusão é sobre uma coisa mais longe do que posso alcançar.
Quase não me reconheço mais ao me olhar no espelho.
As minhas unhas se encontram mais curtas, por causa da ansiedade que não me permite parar de cutuca-las ou roe-las.
Minhas olheiras mais fundas, pela falta de sono, meu cabelo mais descuidado por me faltar vontade de arruma-lo.
E eu me mantenho aqui, em pé, forte para fazer o que pode ser feito, o que eu QUERO fazer.
Encerro essas palavras jogadas aqui.. porque parece que nem faz mais sentido o que eu escrevi.
Nada mais faz sentido sem o seu olhar :/

Nenhum comentário:

Postar um comentário