quarta-feira, 22 de abril de 2009

Diário de bordo - Fase um.

Ao desfocar-me do mundo ao meu redor, das coisas ao meu redor, enchergo as luzes dos carros na avenida.
Reparo em coisas que nunca havia reparado, as luzes das janelas dos prédios, azuis, amarelas e brancas. O reflexo da torre colorida nas janelas do prédio ao lado.
Ao passar meus olhos por um ponto, minha atenção é presa.
O semáfaro está no verde, depois amarelo e depois vermelho. Ao sair do vermelho um novo começo, um novo ciclo.
Talvez minha vida seja como esse semáforo, tudo estava no amarelo, atenção, e ao desfocar-me do que realmente importa, e graças a atos mal pensados ele foi pro vermelho — o vermelho mais vívido e brilhante que eu já vi, vermelho e forte como o sangue.
Eu não tenho mais medo — mentira, eu morro de medo, mas posso provar-te que esse amor é mais forte do que qualquer sentimento.
O meu maior medo sempre foi te perder, e ao pensar direito TUDO estava em minhas mãos, e eu deixei escapar tudo por entre meus dedos, eu usei meu maior medo, como maior arma.
Afastei de mim, a pessoa que eu mais queria próxima.
Se eu pudesse voltar no tempo eu voltaria pra aquele final de semana na casa dela — sim, não voltaria pra quando estavamos juntas e sim pra aquele dia, que foi o melhor de todos — eu faria muito melhor, aproveitaria muito mais e depois faria o certo.
O que eu devia ter feito desde o começo, mas a vida só nos ensina quando tomamos um tapa MUITO forte na cara. E ao afastar de mim o que eu mais queria, foi o maior choque da minha vida. Nas minhas mãos.
Será que é tarde demais pra eu me mostrar mais paciente? Pra eu me mostrar mais confiante? Eu não tenho medo disso, eu não tenho medo de saber se vai, ou não, valer a pena.
O meu maior medo já se virou contra mim, eu não tenho mais nada a perder, afinal o que eu mais temia já aconteceu.
Agora o que eu posso fazer, ou melhor, a ÚNICA coisa que eu posso fazer é fazer exatamente o que eu sempre devia ter feito, desde o começo de todas as divergências.
Se ainda existe algo a ser feito, alguma esperança no final do túnel, cabe à mim provar-te isso.
Pedir-te desculpas vai ser como errar de novamente, eu falei-te que não erraria e falhei nisso, novamente mostrando o quão humana sou.
Ao tocar na realidade meu corpo se vê em choque, como se a "ficha" não caisse, e talvez por um lado isso seja bom, me permite estar aqui, escrevendo com minha total sanidade e razão.
Não é só você que quer tentar chegar o mais perto da "tão difícil perfeição" e as vezes, ou na maioria das vezes, só conseguimos isso quando algo nos rasga e rasga a pessoa amada.
Meu atos mal pensados me trouxeram minha alma do avesso, uma alma muito mais bonita do que a minha normal. A alma que vai mostrar a diferença.
Se por alguma vez pensou em desistir de tudo, peço-lhe para que esqueça disso.
Deixe-me provar-te que o meu amor pode curar-me, e que o tempo pode curar-nos.

ps: Eu te amo, mais agora do que antes.

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