terça-feira, 2 de junho de 2009

Sol particular

Eu estava congelando. O normal pra mim em um dia frio. Eu gostava do frio, mas odiava senti-lo. Por mais quente que eu estivesse, minhas mãos sempre estariam geladas e isso me irritava.
O pijama por baixo da calça jeans, como de costume. Duas meias e incontáveis blusas para que o calor se mantivesse em meu corpo. Em vão.
"Quando se é pêle e osso você sofre." Eu ri com esse pensamento.
Entre tantas nuvens na nebulosa São Paulo, o sol lutava para aparecer.
Lançando assim seus pontos de calor pela janela do meu quarto. Eu queria me encolher naquele quadrado de sol e ficar lá até me sentir completamente aquecida, mas após tantos encontros e desencontros na minha vida eu descobri que tenho um sol particular.
Ele tem nome e tem o meu coração em mãos — aquecido e protegido.
Meu quarto era como uma prisão — bagunçada — um local repleto das melhores lembranças da minha vida, dos momentos junto ao meu sol.
Meu sol tem cheiro, e o cheiro dele paira por toda atmosfera do pequeno quarto.
O poster na parede reflete minha vida. O leão e o cordeiro. A mais bela história de amor, com tantas complicações, com tantos acontecimentos inusitados, mas nunca com a morte do sentimento.
Meu corpo, minha alma, minha garganta clamam por meu sol.
Minha boca se contorce em caretas por precisar daquele calor junto a ela.
Não se trata de querer, se trata de poder.
Eu não posso ficar longe disso, não posso ficar longe do meu sol.
Um planeta precisa de um sol para se manter vivo. Eu, preciso do MEU sol para me manter viva e inteira.

Um eclipse está pairando aqui em cima.

"— Antigamente eu pensava em você assim, sabia? Como o sol. Meu sol particular. Você compensava bem as nuvens para mim.
Ele suspirou.
— Com as nuvens, eu posso lidar. Mas não posso lutar com um eclipse."

Quero destruir esse eclipse. Eu preciso de você.
E esse eclipse só vai partir, quando eu a tiver de novo. Sendo MINHA.

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