domingo, 6 de setembro de 2009

A caminhada.

O silêncio era tanto que ea só conseguia ouvir seus passos.
Dois passos para cada segundo, precisamente. Dava até pra contar.
Uma vez ou outra um carro passava, mas ela estava tão presa em seu silêncio que não ouvia barulho algum, só enchergava os faróis passando apressados.
No céu, Paula avistava poucas nuvens, mas não conseguia enchergar as estrelas.
O seu silêncio era tão poderoso, e a solidão tão presente, que sua mente conseguia trabalhar sem se distrair.
Mas a vontade de Paula era se deitar no chão, e admirar o escuro céu sem estrelas.
Paula fizera uma promessa aos céus — na verdade duas. Promessas nada futeis, comparadas com as que já fez outras vezes.
Ela podia sentir em cada veia do seu corpo a mudança.
Paula, mesmo com seus 25 anos, ainda era muito criança, mas a "morte", o bilhete e a falta de seu coração em seu corpo estavam tornando-a mulher.
Agora ela havia achado uma explicação para as formiguinhas andando em seu corpo: transformação.

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